17 de set de 20202 min
Cinco vezes, em quatro anos de mandato, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, conseguiu escapar da abertura de processos de impeachment contra ele. Mostrando solidez de sua base fisiológica cooptada desde o início de mandato, a Câmara de Vereadores decidiu nesta quinta-feira (17), por 24 votos a 20, não abrir o processo que investigaria as denúncias, por improbidade administrativa, crime de responsabilidade e desvio de verbas públicas, no caso do "QG da Propina", que já vem sendo investigado pela Polícia Civil e Ministério Público do Rio de Janeiro. A denúncia à Câmara foi apresentada pelo PSOL.
O vereador Ínaldo Silva (Republicanos), um dos primeiros a votar, logo tratou de vitimizar o prefeito para exaltá-lo, como se as denúncias apresentadas não fossem a respeito dele, e comparou Crivella a uma fênix. “Se posso compará-lo, seria com a aquele pássaro fênix que é morto e ressuscita das cinzas”
"Várias pessoas me mandam mensagem falando que vamos chutar cachorro morto, mas eu falo, cachorro morto, não. É indigno ao cachorro compará-lo ao prefeito dessa cidade", disse Dr. Marcos Paulo (PSOL), lembrando de outro animal.
O vereador Reimont (PT) também defendeu a abertura do processo. Sem citar nenhum animal, disse que Crivella "se chama" Rafael Alves, o empresário acusado pelo MP-RJ de ser o cabeça do suposto esquema de corrupção junto com o prefeito.
"Se hoje dissermos que não há nada a investigar estamos dizendo que rasgamos o diploma de vereador porque nego tudo que falei em Janeiro de 2017. Prometemos diante da Constituição e do povo fiscalizar o poder executivo. Nós descobrimos em setembro de 2020 que o prefeito da cidade não se chama Crivella, se chama Rafael Alves", disse.
Tarcísio Motta (PSOL) lembrou a suposta troca de cargos na prefeitura por votos a favor de Crivella.