17 de jan de 20222 min

Gabinete do ódio buscou em Dubai programa espião para eleições 2022

(Reprodução)

Um emissário do “gabinete do ódio” do governo Jair Bolsonaro (PL), ligado ao vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), foi a Dubai junto com o presidente, em agenda oficial em novembro do ano passado, e buscou a empresa israelense DarkMatter (matéria escura, em português) para comprar uma ferramenta espiã para ser usada pelo atual mandatário nas eleições 2022.

A informação foi publicada por Jamil Chade, no UOL. Segundo o colunista, toda essa negociação ocorreu na feira aeroespacial Dubai AirShow, que se tornou um palco da tecnologia israelense e encontro de “movimentos de extrema-direita no mundo”.

Estiveram presentes na feira aeroespecial representantes do governo de Israel, Emirados Árabes Unidos e Polônia, que também teriam fechado acordos de empresas ligadas aos interesses destes governos.

Foi assim que a visita de Jair Bolsonaro aos Emirados Árabes para a inauguração do “pavilhão Brasil” na feira foi usada por outro integrante do governo do chamado “gabinete do ódio”, ligado ao filho 02, Carlos Bolsonaro.

O nome do emissário, que responderia extraoficialmente a Carlos, não foi revelado. Ele seria perito em inteligência e contrainteligência do governo e integrou a comitiva presidencial. A DarkMatter, procurada por ele, é uma empresa integrada, em sua maioria, por programadores e ex-hackers vinculados ao Exército de Israel. Com sede em Abu Dhabi, desenvolveu sistemas espiões capazes de invadir computadores e celulares de alvos, inclusive desligados. Uma das técnicas oferecidas pela empresa é a "infecção tática" de celulares. A tecnologia permite a quem detém o software ter acesso ao celular e a todo seu conteúdo quando o aparelho se conecta a uma rede, sem o dono do smartphone saber.

Ainda de acordo com as revelações feitas pela fonte do colunista do UOL, o “gabinete do ódio” tem mantido contatos com outra empresa israelense, a Polus Tech, para o mesmo objetivo de contratar programas para espionar opositores do governo em ano eleitoral, incluindo políticos, jornalistas e críticos.

Tanto o filho 02 do presidente como o Palácio do Planalto não se manifestaram até o fechamento da reportagem - informou o colunista.