14 de mar de 20212 min
O ex-deputado Michel Saad, primo da ex-primeira dama do Estado do Rio, Ismélia Saad Silveira, enviou ao jornal TODA PALAVRA um texto em que retrata a esposa do governador Roberto Silveira, falecida na noite deste sábado, 13, com o conhecimento de uma vida inteira de convivência.
O texto revela que ela era conhecida desde nova como “Bela”, e basta ver suas fotos mais recentes para perceber que conservou os motivos do apelido até a sua velhice. Porém, para Michel, a grande virtude da eterna primeira dama fluminense foi ter vencido o desafio de criar sozinha os três filhos (Jorge Roberto, Maria Auxiliadora e Márcia) após a morte trágica de Roberto Silveira, aos 37 anos, quando governava o Estado do Rio.
Michel Saad ocupou o cargo de diretor administrativo do Departamento de Estradas de Rodagem do governo Roberto Silveira e se elegeu deputado estadual pelo antigo PTB depois da morte do líder trabalhista. Foi líder na Assembleia Legislativa do governo Badger Silveira - irmão de Roberto, também eleito governador após sua morte -, tendo sido cassado pelo regime militar de 1964. Foi, ainda, um dos mais íntimos colaboradores de Jorge Roberto Silveira em suas gestões como prefeito de Niterói.
Por Michel Saad
“Como é difícil ter espaço em nossa mente para tão dilacerante notícia. A partida da prima Ismélia bateu forte em nosso coração. Mistérios que não cabem nos corações humanos. Passaríamos à depressão se não tivéssemos fé. Só mesmo através da graça de Deus para suportar. A ELE entregamos nossas angústias e sofrimentos.
Convivemos com Ismélia, seus queridíssimos pais, a virtuosa tia Alzira que rezava com ardente fé, tal como minha mãe e me fizeram compreender o valor da espiritual da oração. Ao lado da tia Alzira, o bondoso tio Merhige. A Ismélia desde cedo era conhecida como “Bela”. São lembranças que não se apagam. E trazem saudades.
Um dia mereceu os encantos e o amor profundo de um grande líder, que desde cedo, impregnado com a mais forte bagagem de ideais, amor e dedicação sem limites à causa pública, o povo o consagrou Governador, entregando ao jovem líder a direção do Estado - o inesquecível Roberto Silveira.
E, ao seu lado, a grande esposa Ismélia, que experimentou tão cedo o doloroso golpe de perdê-lo aos 37 anos. Aí, sua grande missão: como mulher, bem sabia que não há paz no mundo, se as mulheres não souberem ajudar a criar e educar as crianças. Dedicou sua vida à mais compensadora missão: tornou vitoriosos seus filhos - a brilhante Márcia, a dedicada historiadora Maria Auxiliadora e o líder Jorge Roberto, cuja administração da cidade ainda não foi superada.
Que Deus receba Ismélia em seu Reino, destinado a quem cumpriu sua missão e fez por merecer”.