27 de jul de 20212 min
Um dos principais líderes do Centrão - grupo de políticos conhecido pelo "toma lá, dá cá" no Congresso -, senador piauiense e presidente do Partido Progressista (PP), Ciro Nogueira confirmou oficialmente nesta terça-feira (27) o convite do presidente Jair Bolsonaro e será o novo ministro da Casa Civil. A confirmação foi feita após reunião com Bolsonaro no Palácio do Planalto.
A escolha do senador reforça o poder do Centrão no governo, em meio à crescente impopularidade de Jair Bolsonaro apontada em todas as pesquisas recentes.
"Acabo de aceitar o honroso convite para assumir a chefia da Casa Civil, feito pelo presidente. Peço a proteção de Deus para cumprir esse desafio da melhor forma que eu puder, com empenho e dedicação em busca do equilíbrio e dos avanços de que nosso país necessita", escreveu Nogueira em uma rede social.
O general Luiz Eduardo Ramos, que ocupava a Casa Civil, deve passar para a Secretaria Geral da Presidência da República, hoje ocupada por Onyx Lorenzoni, que deve ser alojado no ministério recriado do Trabalho, com o nome de Emprego e Previdência.
Com mais essa reforma ministerial, Bolsonaro deve somar 23 trocas no primeiro escalão em dois anos e meio de governo.
"Se gritar pega Centrão..."
Ciro Nogueira já foi aliado dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff e do governo golpista de Michel Temer. Ciro já chamou Lula de "melhor presidente da história" e Bolsonaro, de "fascista". Ele também já foi alvo da Lava Jato e responde a inquéritos sigilosos por suspeitas de receber propina.
Atual ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o general Augusto Heleno disse na semana passada que mudou de opinião sobre o Centrão - formado por parlamentares que apoiam o governo em troca de cargos e verbas.
Há três anos, na reunião do PSL que oficializou a candidatura de Bolsonaro à presidência da República, o general cantou: “Se gritar pega Centrão, não fica um meu irmão”, substituindo a palavra “ladrão”, da letra original, pelo nome dado ao grupo de congressistas atualmente encastelados em siglas como PP, PTB, PL, Solidariedade, PRB, PSD, MDB, PR, Podemos, Pros e Avante.