30 de jul de 20212 min

Marta: 'O futebol feminino brasileiro não acaba aqui'

Brasil e Canadá decidiram uma das quartas de finais no pênalti, após prorrogação (Foto: Sam Robles/CBF)

A seleção brasileira de futebol feminino deu adeus à Olimpíada de Tóquio (Japão) na manhã desta sexta-feira (30). As brasileiras foram eliminadas pelo Canadá por 4 a 3 nas cobranças de pênaltis, após o tempo regulamentar terminar empatado de 0 a 0. A partida válida pelas quartas de final foi disputada com grande equilíbrio no estádio de Miyagi, na cidade de Rifu.

Marcaram para o Brasil, Marta, Debinha e Érika. Já pelo Canadá, Fleming, Lawrence, Leon e Gilles converteram. A dupla Andressa Alves e Rafaelle desperdiçou suas cobranças, assim como a canadense Sinclair não conseguiu balançar a rede.

No primeiro foram poucas oportunidades de gol. O Brasil chegou ao ataque com perigo pela primeira vez aos 14 minutos em chute da lateral-esquerda Tamiris por cima da baliza adversária. Aos 24, foi a vez do Canadá arriscar em chute rasteiro da meio-campista Fleming à esquerda da goleira Bárbara. A primeira etapa prosseguiu com muita luta das duas equipes, mas pouca criatividade.

Na etapa final, brasileiras e canadenses continuaram com atuações equilibradas. Aos 13, a equipe comandada por Pia Sundhage sofreu susto em cabeçada de Bruna Benites no travessão. Aos 25, a brasileira Debinha respondeu em chute cruzado da entrada da grande área, provocando a defesa da goleira Labbé. No finalzinho, o Canadá ensaiou uma pressão, entretanto não transformou domínio em chance de gol.

Prorrogação

Após os 90 minutos, a prorrogação começou com os dois times cansados e precavidos, já que um gol nesta altura do confronto poderia ser decisivo. Levando em consideração esta situação, o primeiro tempo foi de muita luta, mas com pouca exposição de ambas as equipes.

Na segunda etapa, as canadenses assustaram com o chute cruzado de Leon com menos de um minuto. A bola saiu à direita da baliza de Bárbara. O Brasil respondeu com perigo aos 7 em um chute da atacante Debinha, da entrada da grande área, que passou próximo à trave direita de Labbé. Na sequência, a seleção verde-amarela pressionou e aos 12 quase inaugurou o marcador em cabeçada da zagueira Érika, obrigando intervenção de Labbé.

Sem despedida

Ao final do jogo, Marta reuniu todas as jogadores no campo e discursou por mais de três minutos na roda. Não apenas para lamentar o resultado injusto. Enquanto muitas ainda choravam, Marta deu força a todas para mostrar que foi uma derrota de jogo e a eliminação em Tóquio não pode deixar esmorecer o trabalho feito até aqui, sob o comando da técnica sueca Pia, que colocou a Seleção Brasileira no mesmo patamar tático e organizacional de suas maiores concorrentes.

A craque brasileira, seis vezes melhor do mundo, deixou no ar a sua participação nos Jogos de Paris, em 2024, quando estará com 38 anos. Mas deixou o seu recado para todas que lutarão para estarem lá: "O futebol feminino brasileiro não acaba aqui".