2 de fev de 20212 min

Médicos brasileiros reprovam atuação de Pazuello

Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, aglomerando, sem máscara, com Zezé di Camargo (Reprodução)

Uma pesquisa da Associação Médica Brasileira (AMB), divulgada nesta terça-feira (2), mostrou que a atuação do Ministério da Saúde, sob gestão do general Eduardo Pazuello, um ano após o início da pandemia, com um saldo de mais de 226 mil mortes e quase 10 milhões de infectados pela Covid-19, é desaprovada por 78,5% dos médicos entrevistados.

O levantamento ouviu 3.882 médicos de todas as regiões do país através de questionário virtual.

Indagados sobre a situação atual de casos nas unidades que atendem a pacientes com suspeita ou já com Covid-19, 69,1% dos médicos acreditam que haverá uma alta de mortes pela doença no país.

Ao serem questionados sobre a desativação dos hospitais de campanha, algo que ocorreu por todo o Brasil nos meses finais de 2020, 81,4% dos entrevistados acreditam que a decisão foi equivocada.

Enquanto a relação de casos de Covid-19 entre os 209 milhões de brasileiros é de 4,3%, a razão entre os médicos da linha de frente pesquisados é de 23,4%.

Quanto à vacinação contra a Covid-19, 97,5% dos médicos pretendem ser vacinados contra o novo coronavírus e prescreverão a imunização para seus pacientes.

Pelo menos 25% dos médicos entrevistados ainda acreditam que a cloroquina e a ivermectina são medicamentos eficazes para os sintomas iniciais da Covid. E 15% apostam na ivermectina, um vermífugo, como prevenção. Estudos científicos já demonstraram que estes remédios, para tratamento da malária e verme, respectivamente, não funcionam para prevenir ou tratar a Covid-19 e, por isto, são condenados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para uso contra o coronavírus.

Pesquisa anterior da Associação Paulista de Medicina (APM) mostrou que, em abril do ano passado, ainda sob o comando de Luiz Henrique Mandetta e com o país com pouco mais de 2.000 mortos, a aprovação da gestão da Saúde era de 72%.