5 de nov de 20202 min

OMS diz que há 'explosão' de contágio na Europa

Fechamento de lojas estão entre as medidas mais duras tomadas para ajudar na contenção da doença (Divulgação)

Na Polônia e na República Tcheca há aumentos de internações e endurecimento de medidas e na Ucrânia ministro diz que a situação passa de difícil para catastrófica.

Três países europeus - Polônia, Ucrânia e República Tcheca - registraram nesta quinta-feira (5) números recordes de casos da Covid-19.

Na Polônia, foram confirmados 27.143 novos casos e 367 mortes nas últimas 24 horas. O número quase alcançou o recorde diário estabelecido na quarta-feira (4), quando houve 373 mortes. O governo vai anunciar medidas mais duras para conter a transmissão do vírus se a média diária de novos casos ficar entre 29 mil e 30 mil por uma semana.

A maioria das lojas comerciais, teatros, museus, galerias e cinemas vai fechar a partir de sábado (7), segundo a agência de notícias Reuters. As escolas que já não tenham aulas remotas vão passar a adotá-las a partir de segunda-feira (9) e hotéis vão ficar abertos apenas para hóspedes a negócios.

Na República Tcheca, o Ministério da Saúde atualizou os números nesta quinta-feira: 97 mortes além das 123 ocorridas na quarta-feira (4). O país agora tem 378.716 enfermos. Também houve uma revisão de dados de dias anteriores, levando o total de mortes a 4.133.

As internações nos hospitais tchecos aumentaram 33%, segundo a agência de notícias Reuters, chegando a 8.278 pacientes desde a semana passada.

O governo endureceu as restrições para combater o vírus em outubro fechando restaurantes, lojas e locais públicos como piscinas, academias de ginástica, cinemas e teatros. As escolas mudaram para o ensino à distância e há um toque de recolher às 21 horas.

A Ucrânia anunciou no início da tarde desta quinta que teve 9.850 novos casos nas últimas 24 horas. O número ultrapassa o recorde, alcançado na quarta-feira, de 9.524 novas infecções. O país tem 430.467 casos da Covid-19 e 7.924 mortes.

“A situação rapidamente muda de difícil para catastrófica. Precisamos nos preparar para o inevitável. É impossível passar facilmente a segunda onda", disse Maksym Stepanov, ministro da Saúde ao Parlamento.

Ele também alertou que os recursos de saúde do país se esgotariam caso o número de casos diários ultrapassasse 20 mil.

"Explosão"

A tensão no continente por causa da Covid-19 é reforçada pelo escritório europeu da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em entrevista coletiva, o diretor Hans Kluge classificou a situação como uma "explosão" de contágio em apenas alguns dias para mais um milhão de casos" na Europa e um aumento gradual da mortalidade.

"Não podemos relaxar, vai ser um pouco difícil, temos que ser honestos sobre isso", advertiu.

A zona europeia da OMS, que tem 53 países incluindo a Rússia, registrou mais de 11,8 milhões de casos e quase 295 mil mortes desde o início da pandemia, de acordo com o gráfico de monitoramento da organização. Nos últimos sete dias, foram relatados quase 1,8 milhão de novos casos e ocorreram 19.500 mortes.

Ainda assim, Kluge quer preservar ao máximo as escolas e seu argumento é científico.

"Não há razão para dizer que as escolas são um dos principais vetores de transmissão. Temos que manter as escolas abertas até o fim porque não podemos nos permitir uma geração perdida para a Covid-19", disse.

Com Sputnik