Petrobrás anuncia novo aumento no preço do gás natural
- Da Redação
- 29 de abr. de 2022
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Com os preços dos combustíveis entre os maiores vilões da inflação, a Petrobrás anunciou um novo aumento do gás natural. A partir deste domingo (1º de maio), o gás vendido às distribuidoras pela estatal estará 19% mais caro.
Para os botijões a base de gás liquefeito de petróleo (GLP), o reajuste não gera impactos. A medida deverá afetar principalmente moradores que consomem gás natural canalizado e motoristas com carros que utilizam Gás Natural Veicular (GNV).
Setores da indústria que usam o gás natural como fonte de energia também serão impactados. Isso ocorre, por exemplo, na produção química, metalúrgica, farmacêutica e têxtil.
De acordo com a diretoria da Petrobrás, o cálculo para reajustar os preços leva em conta as variações do petróleo no mercado internacional e a taxa de câmbio.
Desde setembro de 2016, ou seja, a partir do governo golpista de Michel Temer, a Petrobras adota a Política de Preços de Paridade de Importação (PPI), que vincula os preços praticados no país aos que são praticados no mercado internacional tendo como referência o preço do barril de petróleo tipo brent, que é calculado em dólar.
Nos últimos meses, houve uma grande elevação da sua cotação sob influência dos impactos da guerra na Ucrânia. Cotado a US$ 82 no início de janeiro, o preço do barril chegou a US$ 130 em março, e agora tem se estabilizado próximo aos US$ 105.
'Política ignora custos nacionais'
“Se a produção de petróleo e derivados aumentou utilizando basicamente petróleo produzido no Brasil, por que os brasileiros continuam pagando preços dolarizados?”, questionou o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, ao se deparar com o relatório de produção e venda da Petrobrás do primeiro trimestre de 2022, divulgados pela companhia na última quarta-feira, 27.
No documento liberado, a empresa comemora recordes na produção de óleo e gás em campos do pré-sal, além de “recorde de 56% de participação de diesel S-10 na produção total de diesel” e “novo recorde de processamento de óleo pré-sal”. O relatório também anuncia o início da produção de dois novos poços no campo de Roncador, na Bacia de Campos, e o aumento do Fator de Utilização (FUT) nas refinarias.
Para a FUP, a política de preços adotada pela Petrobrás em outubro de 2016, segue ignorando os custos nacionais de produção e dolarizando os preços dos derivados do petróleo. Deyvid Bacelar lembra que, enquanto a gestão da Petrobrás mantiver o Preço de Paridade de Importação (PPI), a população seguirá pagando a conta dos acionistas.
“Socializamos os investimentos e privatizamos os lucros. Quem paga os dividendos para os grandes fundos de investimentos nacionais e internacionais é o povo. Por trás do super lucro está o PPI, com reajustes dos combustíveis com base nas cotações internacionais do petróleo, variação cambial e custos de importação de derivados, mesmo o Brasil sendo autossuficiente em petróleo”, afirma.
Com informações da FUP
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