5 de jan de 20212 min
Um policial do 18º BPM (Jacarepaguá), que se identificou como "fiscal de dia" do batalhão, postou nas próprias redes sociais uma ameaça a moradores da Cidade de Deus depois que o marmorista Marcelo Guimarães, 38 anos, foi morto por um tiro disparado, segundo familiares, de dentro do Caveirão em um dos acessos da comunidade. Marcelo, que era casado e tinha dois filhos, seguia de moto na Linha Amarela quando foi alvejado nesta segunda-feira (4). Ele morreu na hora.
“Se sair para fazer gracinha, vão se machucar!”, escreveu o PM, referindo-se aos moradores, que fecharam a Linha Amarela por meia hora. A postagem foi apagada.
Citado pelo G1, a Polícia Militar diz que o marmorista ficou no meio de um tiroteio depois que PMs foram atacados por traficantes e revidaram.
Já a família de Marcelo diz que não houve nenhum confronto e afirma que o tiro foi disparado de dentro do Caveirão.
Sem provas, o PM culpou o tráfico pela morte de Marcelo: "Foi vagabundo do Tijolinho que acertou o cara". E escreveu também inocentando os colegas de farda: “Não foi nenhum dos meus! Querem colocar na nossa conta!”.
“Antes de saber, enfia a língua no c*, seus FDP protetores de bandidos! Já estou com dois caveirões e 38 policiais na base”, emendou.
Em depoimento, um dos policiais confessou que atirou de dentro do blindado para dar cobertura a outro policial.
Peritos da Polícia Civil vistoriaram o Caveirão para à procura de marcas de tiros ou indícios de disparos.
'Matam e ficam rindo'
Segundo a mãe de Marcelo, os policiais não chegaram sequer a abordá-lo e depois ainda riram.
"E matam e ficam rindo. Porque tinham policiais aqui (no local do crime) rindo. Eu só quero uma coisa: que dessa vez a justiça seja feita. Isso não pode continuar assim, eles assassinando vidas", desabafou.