5 de mar de 20212 min
Na quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro voltou a debochar do povo brasileiro ao declarar "chega de mimimi" e fazer ataques contra novas medidas de isolamento em meio ao pior momento da pandemia em todas as regiões do país. Nesta sexta, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que está muito preocupado com a situação brasileira e que o Brasil tem que levar "muito a sério" a pandemia.
Adhanom afirmou também que a escalada de infecções e mortes pelo coronavírus no Brasil não é apenas um risco para os brasileiros, e sim para toda a América Latina e o mundo.
Por mais este aspecto, portanto, disse o diretor-geral da OMS, a pandemia no Brasil precisa ser levada “muito a sério”. “Isso não é sobre o Brasil, mas sobre a região e todos os demais", disse.
A preocupação com a situação da pandemia no Brasil não é só da OMS. Nesta semana, o The New York Times, jornal mais influente do mundo, chamou atenção que "a crise da Covid-19 no Brasil é um alerta para o mundo". Cientistas britânicos temem que o Brasil se torne uma "fábrica" de variantes do coronavírus com potencial para escapar por completo da eficácia das vacinas.
Nesta semana, o país ultrapassou a trágica marca de 260 mil óbitos pela doença e há 45 dias consecutivos vem mantendo a taxa de mortalidade por Covid-19 acima de 1.000.
Além da Adhanom, o diretor-executivo de emergências da OMS, Mike Ryan, também alertou que a chegada das vacinas não representa o fim imediato da pandemia e este não é o momento em que o Brasil ou qualquer outro país devam relaxar medidas de proteção contra a doença.
"Estou muito preocupado, os governos e as pessoas pensam que chegamos ao fim desta pandemia, mas não chegamos", disse Ryan, que acrescentou ainda: "A chegada das vacinas contra a Covid-19 é um momento de esperança, mas pode ser um momento em que perdemos o foco".