22 de out de 20201 min
Um dia após ter sido desautorizado publicamente pelo presidente Jair Bolsonaro no episódio da compra de doses de vacina chinesa, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, apareceu junto com Bolsonaro numa live nesta quinta-feira (22) e desmentiu que esteja demitido. Pazuello aproveitou o momento para fazer a seguinte declaração: "senhores, é simples assim: um manda e outro, obedece. Mas a gente tem um carinho, entendeu? Dá para desenrolar, dá para desenrolar".
A preocupação em desmentir a demissão veio após rumores em Brasília. Militares da cúpula do Exército estariam pressionando para Pazuello ir para a reserva, como forma de minimizar a desonra para as Forças Armadas diante do vexame.
O encontro aconteceu no Hotel de Trânsito de Oficiais do Exército, onde Pazuello recupera-se da Covid-19. Apesar do diagnóstico confirmado, Bolsonaro e o ministro não usaram máscara de proteção.
Na live, ambos voltaram a defender o uso da hidroxicloroquina para tratar a Covid-19, ainda que não haja nenhuma comprovação científica de sua eficácia.
Bolsonaro encerrou a transmissão elogiando o trabalho do subordinado. "Foi um dos melhores ministros da Saúde, um trabalho excepcional". Em 7 de outubro, Pazuello declarou que "nem sabia o que era o SUS" antes de ocupar o posto no governo.
Os ministros que antecederam o general, Nelson Teich e Luis Henrique Mandetta foram demitidos ou forçados a pedir demissão em meio à pandemia, tendo como principais fatores a adoção da cloroquina pelo Ministério da Saúde para tratamento da Covid-19, o tempo todo defendida por Bolsonaro, e as medidas de isolamento social, amplamente repudiadas pelo presidente. Uma das primeiras medidas de Pazuello foi adotar a cloroquina.