2020 repete 92 e não como farsa
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2020 repete 92 e não como farsa

Vinícius Martins*


A eleição de Axel Grael no primeiro turno, sacramentada com mais de 62% dos votos válidos, faz lembrar a eleição de 1992, a primeira no país em que se passou a usar o voto em dois turnos para cidades com mais de 200 mil habitantes quando um candidato não atinge a metade mais um dos votos válidos.

Há 28 anos, o então Prefeito Jorge Roberto Silveira, a exemplo de Rodrigo Neves hoje, surfava em uma alta onda de popularidade, o que levou a sacar do bolso do colete, um candidato que ele pudesse chamar de seu. O escolhido foi o arquiteto João Sampaio, secretário de Urbanismo, excelente técnico com experiência na vida pública e vanguardista em pensar equilibradamente o meio ambiente com o crescimento da cidade. Uma comparação com o Axel Grael de hoje não é mera coincidência.

Para vice, foi escolhido o deputado estadual Palmir Silva. Trabalhista histórico, padrinho de batismo de JRS e um grande articulador político. Para a campanha de 2020, Rodrigo Neves escalou Paulo Bagueira, presidente da Câmara municipal, suplente de deputado e maestro na arte da articulação política. Soma-se a isso, a lealdade política no momento em que Rodrigo e a cidade mais precisou de alguém copm tal carcaterística. E coincidências do destino, Palmir também era padrinho de batismo de Bagueira.

Votos apurados, eis que João Sampaio se torna eleito no primeiro turno, com uma margem mais apertada do que Grael hoje. O segundo colocado foi o professor Godofredo Pinto, do PT. Obteve pouco mais de 26 mil votos. Na Niterói de hoje, o segundo lugar coube a Flávio Serafini, com pouco mais de 23 mil votos, que também orbita no mesmo campo político de Godofredo lá atrás.

Em terceiro lugar um candidato de direita. O ex-prefeito Ronaldo Fabrício com pouco mais de 17 mil votos. Não merece ele a comparação com o ultra-direitista, Allan Lyra, mas os números são parecidos, com seus 23 mil votos.

A votação de Felipe Peixoto de 2020, ficando num quarto lugar até então inimaginável, faz lembrar a votação de 92 do empresário Luiz Paulino Moreira Leite. Lá em 92, Moreira Leite teve 17 mil votos. Mesmo número de FP hoje.

A novata Juliana Benício pode ter a sua votação comparada com o experimentado deputado federal Flávio Palmier da Veiga, ambos obtiveram, 15 mil votos e ficaram em quinto lugar.

Dissidente do grupo político de JRS em 92, o ex-vereador Pedro Siqueira com pouco mais de 13 mil votos em 92, pode ser comparado ao dissidente Bolsonarista, Deuler, que obteve 9 mil votos.

Em 92, ainda concorreram para somar nove candidatos, o mesmo número de 2020 de hoje, o advogado Reinaldo Beyruth (5925 votos), o defensor público, Mario Bagueira (4414 votos) e o advogado Rafael de Almeida (1109). Nada comparado aos escassos votos de Renata (800), Tuninho Fares (717 votos) e Sérgio Perdigão (214 votos), os três lanterninhas de 2020.

Lá atrás como hoje, a aposta era de que com tantos candidatos, a eleição iria para o segundo turno. Não deu certo. Como diria Garrincha, esqueceram de combinar com os russos.

Rodrigo Neves se cacifa para, quem sabe, conseguir ser o que JRS não foi. Governador do estado do Rio.


Vinícius Martins é jornalista

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