Bolsonaro é o grande derrotado dessas eleições
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Bolsonaro é o grande derrotado dessas eleições


(Foto: Isac Nóbrega/Agência Brasil)

Eleito em 2018 com pouco mais de 55% dos votos, num momento político conflagrado pelas "barbeiragens" da Lava Jato e num inédito ambiente de mentiras e fakenews contra a política e a esquerda, o presidente Jair Bolsonaro viu nestas eleições o seu cacife eleitoral desmilinguir-se ante as apostas que fez, tanto no primeiro quanto no segundo turno das eleições municipais. Tanto que, na segunda volta eleitoral, constatou a magreza de seu prestígio com apenas Tião Bocalom (PP), em Rio Branco (AC), sendo eleito entre seus apadrinhados nas capitais.

De acordo com as estatísticas, apenas quatro dos 16 candidatos a prefeito, nas capitais, que Bolsonaro pediu votos foram eleitos. Outros dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também apontaram para o fiasco já antes do segundo turno, quando somente um dos 78 candidatos com o sobrenome "Bolsonaro" nas urnas foi eleito - seu filho 02, Carlos Bolsonaro, reeleito na Câmara Municipal do Rio. Jair Bolsonaro apoiou 45 candidatos a vereador, que apareceram no "horário eleitoral gratuito" dele, e apenas sete conquistaram cadeiras no legislativo de suas cidades.

As derrotas mais simbólicas do bolsonarismo ocorreram no Rio e na capital paulista. Aliado de Bolsonaro, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos), sofreu derrota humilhante no segundo turno, ao perder em todas as zonas eleitorais para Eduardo Paes (DEM). Em São Paulo, o deputado Celso Russomanno (Republicanos), não passou do primeiro turno.

Também apadrinhados pelo presidente, Capitão Wagner (PROS), em Fortaleza, e Delegado Eguchi (Patriota), em Belém, foram derrotados.

Em Belo Horizonte, Bruno Engler (PRTB) perdeu ainda no primeiro turno.

'Desculpa'

Diante da derrota acachapante que se avolumava neste domingo, Bolsonaro tirou da gaveta o discurso contra as urnas eletrônicas, insinuando que o atual sistema não é confiável. “Eu, como presidente da República, quero voto impresso já”, afirmou ele, após votar em uma escola municipal na Vila Militar, na Zona Oeste do Rio.

Já o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso, declarou que a Organização dos Estados Americanos (OEA) considera o Brasil como dono do “mais ágil e seguro sistema de apuração das Américas”.

“Só posso explicar [o funcionamento de urnas eletrônicas] para quem quer entender. Para quem não quer entender, não há fármaco jurídico possível”, disse o ministro, satisfeito com a apuração sem grandes incidentes no segundo turno.

“O presidente da República tem liberdade para exprimir sua opinião. Sou juiz, não posso me impressionar com retórica política. Respeitando a opinião do presidente, penso que voto impresso traria grande tumulto ao processo eleitoral”, disse o presidente do TSE e também ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Flávio Dino: 'Bolsonaro saiu derrotado'

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), afirmou que o maior derrotado nas eleições municipais foi Bolsonaro. Fez questão de ressalta, porém, que a derrota do presidente da República não esconde a realidade de que a direita brasileira venceu a esquerda.

"Se olharmos nacionalmente, não há dúvida que a direita venceu a esquerda. Quando nós matizamos isso, olhamos as várias nuances que há no interior de cada campo político, vamos encontrar que o bolsonarismo, a antipolítica, coisas meio caricatas, anedóticas, que prevaleceram em 2018, não tiveram muito espaço em 2020. Diria que essa face da direita brasileira, a face mais selvagem, bruta, violenta, anedótica, saiu derrotada. Como o Bolsonaro é a expressão disso, não há dúvida que saiu derrotado", disse em entrevista ao UOL.

O governador disse esperar um "processo de decadência" do governo Bolsonaro até 2022. "Como acho que o governo vai muito mal, infelizmente, porque como brasileiro torço para que as coisas deem certo, mas acho um governo muito ruim, e vai piorar. É um governo desacertado, desorganizado, desorientado. Não existe gestão em nenhuma área, muito menos na econômica. Por isso, imagino que a força de atração do Bolsonaro é declinante, ou seja, 2020, ao meu ver, parte para um processo de decadência que irá até 2022", afirmou.

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