Degradação ambiental é fator de alto risco para surgimento de novas pandemias
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Degradação ambiental é fator de alto risco para surgimento de novas pandemias

Por Mehane Albuquerque

Fogo e destruição. Foto: José Cruz / ABr

Os esforços de combate ao novo coronavírus de nada valerão se não forem implementadas medidas urgentes de proteção ambiental em escala global. A conclusão é dos professores Peter Daszak, Josef Settele, Sandra Díaz e do brasileiro Eduardo Brondizio, que lideraram o estudo mais abrangente já feito até hoje sobre saúde planetária. Os cientistas afirmam, em artigo publicado na Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Serviços de Biodiversidade e Ecossistemas (IPBES), que se a degradação do meio ambiente não for contida rapidamente, doenças ainda mais mortais e destrutivas ameaçarão o futuro da humanidade de modo agressivo e frequente. “O desmatamento desenfreado, a expansão descontrolada da agricultura, a agricultura intensiva, a mineração e o desenvolvimento da infraestrutura, bem como a exploração de espécies silvestres, criaram uma ‘tempestade perfeita’ para o alastramento de doenças”, diz o artigo.


De acordo com os pesquisadores, há uma única espécie responsável pela pandemia de Covid-19 e pelas próximas que poderão surgir: a espécie humana. Eles afirmam que esse poderá ser o início de um ciclo de moléstias que terão como causa o modelo econômico baseado no lucro e na destruição da natureza. Ao mesmo tempo, a economia global sofrerá diretamente os impactos das ações que provoca, agravando, cada vez mais, a desigualdade e a crise social. “Assim como nas crises climáticas e de biodiversidade, as recentes pandemias são uma conseqüência direta da atividade humana. Em particular, nossos sistemas financeiros e econômicos globais baseados em um paradigma limitado, que valoriza o crescimento econômico a qualquer custo”, avaliam. No caso do novo coronavírus, os cientistas destacam dois fatores preponderantes: a urbanização e a expansão das viagens aéreas internacionais, o que contribuiu para a propagação da doença pelo mundo. E chamam atenção para o risco de novas pandemias, que causarão mais mortes e maior impacto econômico, caso pessoas, governos e grandes corporações não promovam uma mudança rápida nos hábitos e escolhas. Para os pesquisadores, "é preciso proteger a natureza para que ela possa nos proteger". Segundo apontam, as iniciativas de recuperação econômica depois da Covid-19 precisam contemplar medidas ambientais mais contundentes e mudanças nos processo industriais, com o objetivo de garantir a sustentabilidade do planeta e evitar outras catástrofes sanitárias. No artigo, eles também ressaltam a necessidade de financiar e adequar programas de vigilância e serviços de saúde em países com maiores riscos a pandemias, com o objetivo de evitar novos surtos globais. Os investimentos feitos hoje nos sistemas de saúde mais frágeis deverão ser maiores do que os possíveis prejuízos que pandemias futuras poderão causar, defendem.

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