Exército, Marinha e Itamaraty 'espionados' pela CIA
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Exército, Marinha e Itamaraty 'espionados' pela CIA


(Foto: Wikipédia/Reprodução)

O Exército, a Marinha e o Itamaraty brasileiros usam equipamentos de criptografia da Crypto AG, empresa suíça que durante décadas foi controlada secretamente pela Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos, a CIA.

De acordo com uma descoberta feita pelo pesquisador Vitelio Brustolin, da Universidade Federal Fluminense (UFF) e de Harvard, ao lado de outros colegas brasileiros, de 1950 a 2019, a Crypto AG forneceu a 120 países aparelhos de comunicação secreta para uso de chefes de Estado, militares e diplomatas, por exemplo, mas nunca informou que possuía ligação com a CIA.

De acordo com reportagem do Globo, isso possibilitou espionagem por parte dos EUA e, em boa parte do tempo, da Alemanha. O Brasil adquiriu entre 2014 e 2019, produtos para equipar os submarinos do programa Prosub, que ainda está em desenvolvimento. Entre esses aparatos estão o dispositivo de criptografia HC-2650, assim como softwares usados neste aparelho.

Décadas de espionagem

Ao todo, da década de 1950 até 2019, quando os controladores da Crypto já eram outros, o Brasil comprou equipamentos e serviços de comunicação secreta da empresa, que, de acordo com a reportagem, era controlada por serviços de inteligência dos Estados Unidos.

A descoberta foi feita pelos pesquisadores ao se debruçarem sobre arquivos dos EUA e do Brasil.

Segundo uma reportagem do Washington Post de fevereiro de 2020, a empresa suíça, que inicialmente era privada, passou oficialmente para o controle da CIA e de sua homóloga alemã, o Serviço Federal de Inteligência (BND), o que permitiu ao serviço secreto estadunidense espionar também outros países.

Segundo as descobertas, desde 1950, mas principalmente a partir da década de 1970, o serviço secreto dos EUA e da Alemanha, em parceria com Agência de Segurança Nacional (NSA) dos EUA, inseriram falhas ocultas nos códigos dos dispositivos para conseguirem ler mensagens criptografadas. Nas décadas de 80 e 90 países como Irã e Argentina suspeitaram da atuação Crypto AG.

Em entrevista ao jornal, Vitelio Brustolin afirma que a mera “suspeita de que os equipamentos podem estar sendo adulterados já deveria ser suficiente para que parassem de ser utilizados. Afinal, trata-se da comunicação confidencial e estratégica de um país”. Diz, também, que o possível uso dos equipamentos em submarinos brasileiros “põe em risco não apenas a eficácia dos nossos submarinos, mas também as suas operações e as vidas de pessoas dentro deles e em nosso país”.

Marinha nega comprometimento da qualidade

Em resposta à reportagem, a Marinha disse que "desconhece, oficialmente, alegações de comprometimento da qualidade ou da segurança" dos equipamentos, que "atendem requisitos técnicos e de segurança, e são amplamente testados pela Força antes de serem operacionalizados".

O Ministério da Defesa, por sua vez, afirmou que "as Forças Armadas zelam pela segurança das informações, tratando o assunto com todos os cuidados necessários".

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