Jornalistas da Globo sofrem ameaça por caso Robinho

Ana Thaís, comentarista de futebol do Sportv, recebeu ameaças até contra a sua integridade física (Reprodução)

Torcedores fanáticos do Santos, frustrados com o rompimento do contrato de Robinho pelo clube, passaram a fazer ameaças contra ao menos três jornalistas do Grupo Globo, primeiro a tornar público detalhes sobre a condenação do jogador por estupro na Itália. De acordo com reportagem do UOL, os jornalistas Rodrigo Capelo, Carlos Cereto e Ana Thaís Matos, que atuam no Sportv, tiveram os seus números pessoais vazados em grupos de WhatsApp durante o fim de semana e receberam ameaças de torcedores que defendem a contratação de Robinho pelo clube, mesmo depois do vazamento das informações do processo na Justiça italiana.

O caso mais grave aconteceu com Ana Thaís Matos, comentarista de futebol da emissora. O número pessoal dela foi espalhado em diversos grupos de apoio à contratação de Robinho. A comentarista chegou a receber ligações e mensagens com ameaças contra sua integridade física.

Em seu Twitter oficial, Rodrigo Capelo relatou que bloqueou mais de 600 números que postaram ofensas pessoais pelo fato de ele ter entrevistado os patrocinadores do clube para que se manifestassem sobre o caso. Um dos patrocinadores anunciou rompimento imediato e outros dois aguardaram a decisão do Santos sobre o distrato com o jogador.

"Desde a noite de ontem, bloqueei 600 números de celular e apaguei cerca de 3.000 mensagens com xingamentos e ameaças. Também aconteceu com @mariliaruiz, @anathaismatos e @carloscereto por causa do caso Robinho. Às milícias digitais, meu lamento. Continuaremos a fazer jornalismo", escreveu Capelo.

Outros jornalistas também tiveram seus contatos vazados e tiveram que bloquear as contas no WhatsApp. Os ataques já foram registrados na Polícia especializada em crimes virtuais para investigação. A empresa está ofertando auxílio jurídico para todos os jornalistas atacados.

Marília Ruiz, blogueira do UOL Esporte e comentarista da Band, também recebeu ameaças. Ela relatou que recebeu 60 ameaças de morte e registrou Boletim de Ocorrência. "O medo não pode nos paralisar. Denuncie", afirmou Marília.