Racismo na Champions: times abandonam o campo

Pierre Webó, ex-jogador e membro da comissão técnica do Instanbul, acusa o quarto árbitro de racismo (Reprodução)

A Champions League viveu um dia histórico nesta terça-feira, em Paris. E não foi pelos dois gols de Cristiano Ronaldo na vitória de 3 a 0 da Juventus sobre o Barcelona, com Messi e tudo. Ofensas racistas feitas pelo quarto árbitro, Sebastan Coltescu, da Romênia, no jogo entre Paris Saint-Germain e Istanbul Basaksehir, levou à suspensão da partida por parte dos jogadores dos dois times - fato inédito na história da Uefa.

Os termos racistas foram dirigidos ao ex-jogador camaronês Pierre Webó, hoje membro da comissão técnica da equipe turca, e foram imediatamente denunciados, aos 16 minutos do primeiro tempo, pelo atacante Demba Ba. "Você nunca fala este cara branco, então por que quando você vai falar com um negro, você fala este cara negro?", disse Ba ao quarto árbitro em áudio capturado pela transmissão.

O árbitro Ovidiu Hategan ainda tentou conversar com os jogadores do Basaksehir, mas eles tomaram a decisão de deixar o campo. Em solidariedade, os jogadores do PSG também saíram para o vestiário. "Se esse cara não sair, não vamos jogar", disse Neymar ao árbitro da partida, um pouco antes da decisão coletiva da equipe francesa.

Duas horas depois, a Uefa informou que o jogo estava suspenso e foi remarcado para esta quarta-feira (9), no mesmo local.

O Basaksehir usou as redes sociais para se manifestar, mostrando a campanha “Não ao Racismo”, da própria Uefa.