'Se sair (sic) para fazer gracinha vão se machucar', ameaça PM

Um policial do 18º BPM (Jacarepaguá), que se identificou como "fiscal de dia" do batalhão, postou nas próprias redes sociais uma ameaça a moradores da Cidade de Deus depois que o marmorista Marcelo Guimarães, 38 anos, foi morto por um tiro disparado, segundo familiares, de dentro do Caveirão em um dos acessos da comunidade. Marcelo, que era casado e tinha dois filhos, seguia de moto na Linha Amarela quando foi alvejado nesta segunda-feira (4). Ele morreu na hora.
“Se sair para fazer gracinha, vão se machucar!”, escreveu o PM, referindo-se aos moradores, que fecharam a Linha Amarela por meia hora. A postagem foi apagada.
Citado pelo G1, a Polícia Militar diz que o marmorista ficou no meio de um tiroteio depois que PMs foram atacados por traficantes e revidaram.
Já a família de Marcelo diz que não houve nenhum confronto e afirma que o tiro foi disparado de dentro do Caveirão.
Sem provas, o PM culpou o tráfico pela morte de Marcelo: "Foi vagabundo do Tijolinho que acertou o cara". E escreveu também inocentando os colegas de farda: “Não foi nenhum dos meus! Querem colocar na nossa conta!”.
“Antes de saber, enfia a língua no c*, seus FDP protetores de bandidos! Já estou com dois caveirões e 38 policiais na base”, emendou.
Em depoimento, um dos policiais confessou que atirou de dentro do blindado para dar cobertura a outro policial.
Peritos da Polícia Civil vistoriaram o Caveirão para à procura de marcas de tiros ou indícios de disparos.
'Matam e ficam rindo'
Segundo a mãe de Marcelo, os policiais não chegaram sequer a abordá-lo e depois ainda riram.
"E matam e ficam rindo. Porque tinham policiais aqui (no local do crime) rindo. Eu só quero uma coisa: que dessa vez a justiça seja feita. Isso não pode continuar assim, eles assassinando vidas", desabafou.