Testes de soro contra Covid-19 começarão em outubro
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Testes de soro contra Covid-19 começarão em outubro

Por Mehane Albuquerque


Os pesquisadores do Instituto Vital Brazil estão bem próximos de conseguir frear os efeitos devastadores do novo coronavírus e de evitar a morte pela doença. O soro contra a Covid-19, desenvolvido em parceria com a Universidade Federal do Estado do Rio do Janeiro (UFRJ) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), apresentou resultados altamente promissores, e aguarda o sinal verde da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) para ser testado em humanos.


Divulgação / Instituto Vital Brazil

Os testes terão início em outubro, e as primeiras doses poderão ser produzidas já no início do ano que vem. De acordo com a bióloga Priscila Palhano, diretora comercial do Instituto Vital Brasil, a Anvisa vem avaliando o caso com celeridade, mas com muito critério. Segundo ela, a agência tem oferecido total apoio, agilizando os trâmites e orientando os pesquisadores em alguns ajustes necessários.


A pesquisa está atualmente na fase 1/2, de estudos clínicos, que investiga a segurança e a eficácia do medicamento. Essa fase inclui os testes com humanos. Os protocolos de testagem já estão definidos e serão encaminhados à Anvisa nesta semana.


O soro será aplicado, por via venosa, em um grupo reduzido de cerca de 40 voluntários de diferentes regiões do país. São pacientes infectados e internados, mas sem sintomas graves. Assim será possível avaliar melhor a evolução da doença após a aplicação da dose. Os testes serão conduzidos em parceria com o Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR).


"Já na fase 3, com os resultados da testagem em mãos, a eficiência do soro será comparada à eficácia dos remédios disponíveis contra os sintomas do novo coronavírus, e também a outros tratamentos, como é o caso do plasma de convalescente humano, diz ela.

Método seguro


Priscila explica que o desenvolvimento do soro se deu em um prazo curto, pois o processo é o mesmo usado pelo Vital Brazil na produção de soros para picada de cobra, tétano e raiva. Isso dá ao medicamento uma grande vantagem. Por ser resultante de um método já conhecido, torna-se mais seguro e livre de efeitos colaterais.


A patente foi solicitada em agosto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), que, em geral, pode levar até 10 anos para conceder o registro. De qualquer modo, o produto e sua autoria ficam resguardados a partir do momento de entrada do requerimento. Isso dá segurança à descoberta brasileira e proteção a todo o processo: da fórmula, passando pela produção até o envase.


Comprovada a segurança e a eficácia, os cientistas esperam começar a produção em 3 meses. A capacidade do Instituto Vital Brasil é de 300 mil ampolas por ano, mas a Fundação Ezequiel Dias (Funed-MG) e o Instituto Butatã, que também são referência no país na confecção de soros para várias doenças, poderão somar esforços. O medicamento será distribuído nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS).


Anticorpos


O soro foi desenvolvido com base na resposta imunológica de cavalos à proteína "S" do novo coronavírus. É ela que o Sars-CoV-2 utiliza como "chave" para abrir caminho, invadir as células humanas e se multiplicar. Os anticorpos neutralizantes do soro impedem a passagem da proteína e, consequentemente, o desenvolvimento da doença.


Divulgação / Instituto Vital Brazil

A proteína "S" foi produzida no Laboratório de Engenharia de Cultivos Celulares (LECC) da Coppe/UFRJ através de células geneticamente modificadas. Cinco cavalos do Instituto Vital Brazil foram inoculados com a proteína, e 70 dias depois o plasma de 4 destes animais apresentaram resposta imunológica, produzindo anticorpos neutralizantes até 50 vezes mais potentes que o de humanos recuperados.


O estudo conta com o apoio financeiro da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

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