Tribunal de Londres nega extradição de Assange
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Tribunal de Londres nega extradição de Assange


(Reprodução)

A juíza do Tribunal de Londres, Vanessa Baraitser, negou a extradição do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, aos EUA. Tudo indica que os advogados do lado norte-americano vão recorrer da decisão.

O Departamento de Justiça norte-americano logo expressou sua decepção com a decisão da juíza. "Embora estejamos extremamente desapontados com a decisão final do tribunal, estamos gratos que os EUA prevaleceram em todos os pontos da lei levantados", lê-se na nota divulgada e reproduzida pela agência Reuters.

De acordo com os advogados de Assange, a apreciação do caso se estenderá por anos, podendo ser levado ao Supremo Tribunal britânico ou Tribunal Europeu de Direitos Humanos. Desta forma, o atual veredito seria apenas a primeira parte do processo.

Tribunal britânico alegou que Assange não pode ser extraditado devido aos riscos a vida e saúde dele.

"O último argumento da defesa está ligado à saúde de Assange, e após analisar sua saúde e as conclusões de psiquiatras [...]. Considerei que as medidas administrativas especiais podem ser aplicadas contra ele nos EUA, envolvendo um sério isolamento. Isto pode afetar negativamente sua saúde psicológica", afirmou Baraitser.

Para o Tribunal britânico, Assange, que sofre de diversas doenças mentais, pode ter uma recaída e ter pensamentos suicidas.

Julian Assange foi preso em Londres em abril de 2019, depois de viver sete anos na embaixada equatoriana, onde se refugiou após violar as condições da sua liberdade condicional por receio de ser extraditado para os EUA.

Acusado de violar a Lei de Espionagem dos EUA, Assange enfrenta possível sentença de prisão de 175 anos nos Estados Unidos, motivo pelo qual diversas personalidades, em defesa da liberdade de imprensa e de expressão, estão se mobilizando em apoio ao jornalista australiano.

Obrador estuda asilo político

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, disse nesta segunda-feira (4) que estuda a possibilidade de oferecer asilo político para Julian Assange.

Em uma transmissão ao vivo em uma rede social, López Obrador disse que pedirá ao chanceler Marcelo Ebrard que verifique junto ao Reino Unido "a possibilidade de o senhor Assange ser libertado e de o México lhe oferecer asilo político". Por fim, Obrador afirmou que "saúda" a decisão britânica, a qual considerou "um triunfo da justiça."

Publicações

O WikiLeaks publicou a partir de novembro de 2010 uma grande quantidade de documentos confidenciais e secretos do governo dos Estados Unidos, com forte repercussão mundial. Um dos documentos de maior impacto foi um vídeo de 2007, que mostra o ataque de um helicóptero Apache dos EUA, matando pelo menos 12 pessoas - dentre as quais dois jornalistas da agência de notícias Reuters - em Bagdá, no contexto da ocupação do Iraque. Outra publicação impactante foi sobre a morte de milhares de civis na guerra do Afeganistão em decorrência da ação de militares norte-americanos.

Mundialmente, Julian Assange contou com apoio de meios tradicionais importantes, como El País, Le Monde, Der Spiegel, The Guardian e The New York Times, na divulgação de conteúdo. Recebeu manifestações de apoio de chefes de Estado como Luís Inácio Lula da Silva e Vladimir Putin, da Rússia, que defenderam sua liberdade.

Em 2011, o WikiLeaks foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz pelo parlamentar norueguês Snorre Valen. O parlamentar disse que o WikiLeaks é "uma das contribuições mais importantes para a liberdade de expressão e transparência" no século XXI. "Ao divulgar informações sobre corrupção, violações dos direitos humanos e crimes de guerra, o WikiLeaks é um candidato natural ao Prêmio Nobel da Paz", enfatizou na época.

Julian Assange publicou os livros “Cypherpunks – Liberdade e o futuro da Internet”, onde acusa governos de usarem a internet com objetivos de manutenção do poder político e econômico das nações, e “Wikileaks – A guerra de Julian Assange contra os segredos de Estado”.

Espionagem no Brasil

​O portal do WikiLeaks expôs mais de 160 empresas de vigilância em massa e também revelou relatórios sobre as atividades da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos.

Entre o material tornado público, foi revelada uma espionagem na Petrobras e na própria Presidência da República, na gestão de Dilma Rousseff, por parte da agência americana. Na época, em retaliação ao governo norte-americano, Dilma cancelou uma reunião que teria com o então presidente dos EUA, Barack Obama, em Washington. Da espionagem na Petrobras, teria resultado informações que teriam sido usadas pela Lava Jato para investigar corrupção de diretores da empresa e políticos.


Com a Sputnik

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