Uma bailarina pela democratização da arte em Niterói
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Uma bailarina pela democratização da arte em Niterói

Por Clarice Manhã

Natália Valdannini em cena no palco

Uma bailarina clássica, que ouve heavy metal, hip-hop e sertanejo universitário, é suficientemente eclética para valorizar todas as expressões artísticas que coexistem em Niterói. E este é o foco de Natália Valdannini, a primeira mulher eleita presidente do Conselho Municipal de Políticas Culturais. Ela quer arte democrática pelos quatro cantos da cidade.

Natália é bailarina, maitre de ballet e coreógrafa. Já foi conselheira da Câmara Setorial de Dança do Conselho, delegada regional de Niterói no Sindicato dos Profissionais da Dança do Rio de Janeiro (SPDRJ) e fez parte da realização do I Fórum de Dança de Niterói. Além de artista, Natália também é pesquisadora de História da Dança. Atualmente se dedica à edição do livro biográfico sobre a musa da dança niteroiense, Helfany Peçanha.

Natália explica que sua prioridade à frente do Conselho é descentralizar os investimentos em Cultura no eixo Centro-Sul da cidade. Ela afirma que não se trata apenas de levar atrações culturais para os bairros distantes do Centro e favelas, e sim conhecer as manifestações artísticas que já acontecem nessas regiões. Ouvir os artistas, conhecer suas histórias e necessidades. “Quero dar continuidade aos esforços que já estão sendo feitos neste sentido com a gestão atual”.

Natália quer tirar o foco do eixo Centro-Sul da cidade

O Conselho Municipal de Cultura é formado por 15 conselheiros da Sociedade Civil e 15 representantes do poder público, com seus respectivos suplentes, e tem como principal função intermediar as demandas da população com a gestão municipal. “Há 12 anos isso não existia, e foi uma luta muito grande para conseguir esse espaço, que gerou belas iniciativas. Agora vamos lutar por novos editais e mais fomento, sabemos que é preciso ampliar os recursos”.

Moradora de Niterói há 25 anos, e declaradamente apaixonada pela cidade, Natália conta que sua relação com os equipamentos culturais, como o Teatro Municipal, o Solar do Jambeiro e o Campo de São Bento, a inspiraram durante toda sua trajetória, e a impactam positivamente até hoje. “Esses lugares são referência, são muito bem cuidados, eu amo tudo! Até o ar é diferente, o clima e as pessoas que trabalham lá. Precisamos oferecer essa oportunidade de deslumbramento fora do eixo Centro-Sul também”.

Atenta à relação da Arte com os temas sociais contemporâneos, Natália acredita que é preciso quebrar o tabu de temas como racismo, LGBTfobia e feminismo, para fomentar um cenário cultural com mais oportunidade e representatividade em Niterói.

“Infelizmente ainda é uma realidade que na dança, por exemplo, a maioria dos coreógrafos e diretores de companhias sejam homens. Também sabemos que homossexuais e negros têm menos espaço no balé clássico, onde na verdade existe um padrão de pele branca e cabelo preto, que exclui até mesmo ruivos e loiros. Falar sobre isso é um primeiro passo para a mudança”.

Segundo Natália, o próprio balé clássico precisa romper com a tradição da supremacia branca

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