Dilma: "Assaltaram o país"
Dilma Rousseff deu duas entrevistas arrasadoras esta semana. Na primeira, em Genebra, na Suíça, ela fez questão de demonstrar o seu profundo arrependimento por ter promovido, de 2011 a 2014, uma renúncia fiscal, cujas desonerações não resultaram em proveito da economia do País, ao contrário, serviram apenas para as empresas aumentarem o lucro, ao contrário do que ela esperava. A segunda é ainda mais arrasadora, nitroglicerina pura. Mesmo com a Globo e toda a mídia hegemônica dispostas a silenciá-la, a presidenta “impichada” pelo golpe mostra que será difícil que não se cumpra sua própria profecia, de que “não vai ficar pedra sobre pedra”.
Com a língua afiadíssima, ela chama de ladrão Moreira Franco, atual ministro de Temer. “Eu não deixei o gato angorá (codinome de Moreira Franco nas listas da propinagem da Lava Jato) roubar na Secretaria de Aviação Civil. Chamei o Temer e disse: “Ele não fica. Não fica!”.
Sobre o próprio Temer: “Não adianta toda a mídia falar que ele é habilidoso. Temer é um cara frágil. Extremamente frágil. Fraco. Medroso. Completamente medroso”.
Sobre as perguntas de Eduardo Cunha a Temer vetadas por Sérgio Moro: “ Lá está Eduardo Cunha dizendo que quem roubava na Caixa Econômica Federal, no FGTS, é o Temer”.
Sobre a recusa de um acordo com Eduardo Cunha que lhe custou o mandato: “Custaria mais para o país. Muito mais”. Não está custando agora, pelo conjunto da obra do governo Michel Temer? “Você vai me desculpar mas eu não vou assaltar o país. Eduardo Cunha e eles assaltam o país. Assaltam. Do verbo assaltar”.