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Chineses escravizam brasileiros


Trinta e uma pessoas foram resgatadas de uma multinacional chinesa em Mato Grosso na semana passada, em situação semelhante à escravidão. O resgate ocorreu no município de Nova Maringá. As vítimas trabalhavam no manejo da soja para a empresa COFCO Agri, indústria de processamento de produtos agrícolas com sede nacional em São Paulo.

Os trabalhadores foram recrutados pelo Sindicato dos Trabalhadores de Movimentação de Mercadorias de Nova Maringá, a pedido da COFCO Agri.

A procuradora do Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso, Lys Sobral, relata a atuação do sindicato em relação aos trabalhadores:

"Leva os trabalhadores que ao chegarem no local recebem alojamento em condições precárias, praticam jornada exaustiva e ficam em locais distantes, sem receber assistência. Existe a promessa de um salário, mas na verdade quando se chega na empresa, a promessa é de salário por produtividade, o que acaba fazendo com que o salário prometido não se cumpra sempre e também acaba ensejando a prorrogação de jornada que leva até à jornada exaustiva mesmo."

Pelas irregularidades, foi comprovada a nulidade do contrato entre a empresa e o sindicato. A multinacional teve que se responsabilizar pelos direitos trabalhistas e restituir financeiramente as vítimas.

O Ministério Público do Trabalho informou ainda que as vítimas também relataram assédio moral, ameaças e até violência física promovidos pelo feitor.

Em nota a Cofco Agri informou que optou por um modelo de contratação com a participação da entidade sindical representativa dos empregados e que assim que recebeu a denúncia sobre a situação dos trabalhadores, adotou as medidas de adequação necessárias antes mesmo do início da fiscalização feita pelo Ministério do Trabalho.

Também disse repudiar qualquer situação que comprometa as condições do ambiente de trabalho e que ainda está revisando todos os processos e procedimentos relacionados à contratação.

A reportagem não conseguiu contato com o Sindicato dos Trabalhadores em movimentação de Mercadorias de Nova Maringá.

Segundo o Ministério Público do Trabalho, esse é o maior resgate de trabalhadores em situação semelhante à escravidão realizado nos últimos oito anos.

Fonte: Brasil de Fato - Foto: Vítimas relataram assédio moral, ameaças e até violência física promovidos pelo feitor / Reprodução

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