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Mulheres negras ganham fórum


A instalação do fórum foi feita em sessão da Alerj presidida pelo deputado Waldeck Carneiro

Resistência, ancestralidade, garra, força e empoderamento foram as palavras mais ouvidas durante a sessão solene de instalação do Fórum Permanente de Diálogo com as Mulheres Negras do Estado do Rio de Janeiro, que aconteceu na manhã desta quinta-feira (03), no plenário da Alerj. Presidida pelo deputado estadual Waldeck Carneiro, a sessão contou com cerca de 200 pessoas e a presença de diversas lideranças do movimento negro. Se um dos objetivos do Fórum é receber demandas, reivindicações e pautas desta parcela da sociedade, ele já começa cumprindo sua missão. Dentre os encaminhamentos finais estão a busca pela garantia de dotação orçamentária para a pasta e uma visita ao Tribunal de Justiça a fim de acompanhar o caso Rafael Braga, jovem negro preso nas manifestações de 2013 por portar um frasco de desinfetante.

Para Waldeck, co-autor do Projeto de Resolução 369/2016 que deu origem ao Fórum, a data de hoje é histórica. “A Alerj constitui, na sua institucionalidade, um fórum permanente de diálogo com as mulheres negras do Estado. Ele vai pautar temas fundamentais não só para as mulheres negras, mas para o conjunto da sociedade brasileira. Assuntos como racismo, violência contra a mulher e genocídio da população negra estarão sendo tratados de forma permanente”.

Para Sílvia Regina, integrante do Fórum Estadual de Mulheres Negras, a nova instância empodera a mulher negra e dá mais visibilidade às ações de resgate e permanência dessa figura na sociedade. “Nós temos uma garra que é superior a todas as situações dolorosas pelas quais passamos. A mulher negra criou a Caixa Econômica, a mulher negra cria os filhos que constroem esse Brasil! Vamos fazer e acompanhar o processo legislativo dessa casa."

Luciane Lacerda, também integrante do Fórum Estadual, disse que ainda há muito o que caminhar para garantir políticas públicas de proteção à mulher e à população negra. “Vejam a prisão injusta de Rafael Braga, vejam a mortalidade materna que mata muito mais mulheres negras do que brancas. Nossa presença aqui na Alerj precisa fazer mudança especialmente nesse momento em que nos tiram direitos conquistados”.

O objetivo do Fórum Permanente de Diálogo com as Mulheres Negras do Estado do Rio de Janeiro é estabelecer um canal permanente de diálogo entre a Assembleia e os movimentos sociais organizados que representam as demandas, reivindicações e pautas desta parcela da sociedade.

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