Bagueira critica omissões
“Não aguento mais ouvir falar em tiros e em fuzil na minha cidade “
Em um discurso em tom de desabafo durante a sessão plenária do dia 9 de agosto, o presidente da Câmara de Niterói, Paulo Bagueira criticou a omissão dos governos federal e estadual no combate à violência em Niterói. “A verdade é que tanto eu quanto toda a população de bem de nossa cidade não aguenta mais ouvir relatos de tiroteios em ruas A ou B ou de assaltos com bandidos armados de fuzil. Temos preocupação com a hora de sair e voltar para casa por causa da insegurança”, disse.
Bagueira lembra que na época da criação da UPPs na cidade do Rio de Janeiro alertou as autoridades para a possível migração de bandidos para cidades vizinhas da Baixada Fluminense, Niterói e São Gonçalo. “Chegamos a ter um encontro com o Secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, à época, solicitando que Niterói recebesse um programa piloto de segurança pública com a integração de todas as esferas de poder o que poderia ser, no futuro, replicado para outros municípios de igual característica. Nunca fomos atendidos”, criticou ele.
Dentro dessa visão haveria uma ação integrada de combate à violência com o envolvimento de todas as forças. “A Polícia Federal no combate à entrada de armas e drogas, o que daria à PM, condições de melhorar o policiamento Ostensivo. Por sua vez, a Polícia Civil se encarregaria do papel administrativo, técnico e investigativo para elucidação dos crimes e a Guarda Municipal ampliaria a sua presença nas ruas. Estando ela mais próximo do cidadão e dos problemas do dia a dia, poderia ver e relatar às outras esferas, o movimento de manchas criminais como furtos e roubos a pedestres. Isso dá pra fazer e já passou da hora de se efetivar tal projeto de integração”, afirma.
Para Bagueira, ações policiais como a da última semana poderá cair no mesmo equívoco da época da criação das UPPs. “Se continuarem dando atenção apenas à cidade do Rio de Janeiro, continuaremos a ver bandidos migrando para a nossa cidade. Tem que ser um programa duradouro de ação conjunta e coordenada das forças de segurança que atenda toda a região metropolitana do estado e não só a capital”.
Bagueira lembra que há um esforço por parte da Prefeitura para melhorar a segurança, ampliando o Proeis, recuperando carros e imóveis da Polícia. Mas não há a mesma contrapartida por parte do estado que parece ter abandonado a segurança pública de Niterói e seus servidores à própria sorte. “Profissionais se dedicam, mas sem condições de trabalho. O cidadão vai à delegacia e em alguns casos, não tem nem papel para registrar uma ocorrência”, finalizou.