Crônica da renúncia anunciada
O vereador Sandro Araújo (PPS) frustrou, nesta terça-feira (15), boa parte do meio político de Niterói, que esperava o anúncio de sua renúncia ao mandato recebido na última eleição municipal, durante a sessão da Câmara. A "provável" renúncia chegou a ser anunciada pelo colunista André Luiz Alzer, do caderno "Globo Niterói", publicado pelo jornal carioca.
- Venho hoje, aqui, renunciar. Não ao meu mandato, mas à fórmula arcaica da política brasileira. A coisa por aqui não flui, e eu renuncio a isso - afirmou em pronunciamento na tribuna do plenário Brígido Tinoco.
Sem detalhar as causas que o levaram a cogitar a renúncia, Sandro admitiu haver "sentimento e ressentimento" acumulado nos poucos meses em que tem participado do legislativo municipal. Em seu blog pessoal ele chegou a considerar a ideia da renúncia, mas disse que foi uma mensagem lançada como "um bilhete na garrafa", invocando a metáfora como instrumento usado em sua faceta de escritor (é policial federal, autor de romances policiais e já publicou quatro livros de crônicas e ficção antes de chegar à Câmara).
Mesmo reconhecendo ser "neófito" e "iniciante", o vereador - sempre mantendo o tom enigmático em torno das reais causas de suas angústias - encerrou a fala com uma demonstração de determinação:
- Não vou abaixar a cabeça e concordar com essa forma tosca de se fazer política. Vou seguir em frente, nem que seja na marra e na voadora.