Niteroiense lança livro chancelado pela Unesco
Nos últimos dois anos, Júlio Aurélio estudou experiências de uma década, em países dos hemisférios Norte e Sul, com formas alternativas à vida moderna sob os aspectos da sociedade e da economia. O intelectual maussiano fez uma análise do ponto de vista da Teoria da Dádiva, que prega a troca de informações, sentimentos etc. O resultado é o livro Viver em Rede, o 16º do pesquisador da Fundação Casa de Rui Barbosa e o primeiro trabalho com a chancela da UNESCO, da qual Júlio Aurélio é o novo membro da Cátedra no Brasil. O pré-lançamento será no próximo dia 26 (sábado), às 17h30, na Livraria Gutenberg, em Icaraí.
Na publicação estão, por exemplo, cooperativismo, economia solidária, economia colaborativa (ex: crowdfunding), economia compartilhada (ex: coworking) e ecovilas. E são abordados os perigos e potenciais sobre o que podem trazer de bom para as pessoas, os cuidados e regras ou ética das redes sociais. Júlio Aurélio quer mostrar a importância da diversidade cultural e cidadania para as sociedades. “Uma sociedade solidária – que também seja livre e justa – será aquela na qual as redes sociais se tornem gestoras dos bens comuns: saúde, educação, cultura, meio ambiente e segurança entre outros. A identidade de muitas pessoas depende de sua inserção cotidiana nos grupos na web. Eu mesmo me reinventei pelas redes sociais”, admite ele, que trabalha, se diverte, encontra amigos e faz compras até de alimentos orgânicos pelas redes sociais”.
“Há muitas e boas possibilidades das pessoas viverem conectadas o tempo todo numa sociedade democrática, deixando para trás a atual crise, causada pelo esgotamento da lógica moderna do crescimento ininterrupto de tudo, menos da convivência. Afinal, viver em rede é uma coisa nova, uma união quase sempre acolhedora. As pessoas e instituições devem se modificar para melhor ou estarão fadadas ao fracasso”, completa Júlio Aurélio.
"Viver em rede: formas emergentes de dádiva" é o primeiro livro pela Editora 7 Letras e tem sete fotos do movimento de junho de 2013 registradas pelas lentes de Rafael Wallace. O movimento que ficou conhecido como Cidadãos de Junho é considerado único e uma prova da força da união via web: 75% dos manifestantes mobilizavam-se, principalmente, pelo Facebook para reivindicar melhorias nos serviços públicos.
Quem quiser entender mais a fundo todas estas questões não pode perder. O cientista político e social, com pós-doutorado em Teoria da Dádiva, fará palestra e debate antes do lançamento oficial do livro, em 21 de setembro, às 18h, na Casa de Rui Barbosa (R. S. Clemente, 134 - Botafogo).