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Um dia em defesa da soberania


Enquanto a Petrobras anunciava o início do processo de cessão da totalidade de sua participação no Campo de Maromba, na Bacia de Campos - uma das várias ações promovidas pelo governo Temer para entregar a produção de petróleo a companhias estrangeiras -, a data do aniversário de 64 anos, comemorado nesta terça-feira, dia 3, da petroleira criada pelo presidente Getúlio Vargas em 1953 motivou uma série de eventos políticos em defesa da soberania nacional.

No Rio, um evento que reuniu mais de 600 pessoas, entre ele vários parlamentares e representantes da sociedade civil, lançou no Clube de Engenharia a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional. No Praná, petroleiros e petroquímicos realizaram desde o início da manhã uma série de protestos contra a privatização da Petrobras e de estatais de outros setores, ameaçadas por um pacote de 57 projetos de desestatização do governo Temer. Ainda na capital fluminense, outros atos aconteceram em frente às sedes da Petrobras e da Eletrobras. A manifestação em frente à Petrobras, promovida pela Frente Brasil Popular, reuniu centenas de pessoas, com a participação do ex-presidente Lula.

Frente

A Frente Parlamentar Mista de Defesa da Soberania é composta por deputados federais e senadores de diversos partidos. Entre eles, o senador Roberto Requião, do PMDB do Paraná, um dos que lideram a iniciativa. Em entrevista à Radioagência Brasil de Fato, Requião destacou que o principal objetivo da Frente é valorizar um projeto de país que não seja refém do capital financeiro.

“Com essa Frente Parlamentar nós não estamos começando nada, nós estamos num capítulo parlamentar pela luta em defesa da soberania nacional há muito tempo. Precisamos socializar esta ideia. O capital financeiro está dominando tudo. O que adianta um fora temer, se não mudamos a política econômica? Precisamos ter consciência que o Consenso de Washington e as ideias de fim do projeto nacional de Fernando Henrique Cardoso estão prevalecendo," afirmou o senador.

Durante o lançamento da Frente, o deputado Glauber Braga, do PSOL do Rio de Janeiro, defendeu a desobediência civil como estratégia de luta contra o governo. Segundo ele, parlamentares da oposição e sociedade civil organizada precisam realizar ações de resistência ao que está sendo imposto. Já o senador Lindberg Farias, do PT do Rio, defendeu o patrimônio da Petrobras e Eletrobras e afirmou que todas as medidas aplicadas por Michel Temer devem passar por um referendo convocatório no próximo governo.

Lula

"Defender a soberania é defender a dignidade e a honra do povo de uma nação, que só será soberana se o povo tiver educação, trabalho, salário, se esse povo tiver acesso à cultura, ao lazer, se esse povo puder viver de cabeça erguida, criando a sua família", disse o ex-presidente Lula em ato em frente à sede da Petrobras, na Avenida Chile, no Rio.

Lula participou, junto com diversos movimentos populares e centrais sindicais, da marcha entre o Terreirão do Samba e a sede da Petrobras, no centro da capital fluminense. A cidade do Rio de Janeiro sedia as principais estatais brasileiras de energia: a Eletrobrás e a Petrobras. Não à toa, esse foi o local escolhido pela Frente Brasil Popular para organizar esse ato.

Lula destacou que falar em soberania nacional é ter a coragem de fazer da Petrobras uma das maiores indústrias de petróleo do mundo. Segundo o ex-presidente, a empresa movimenta um grande mercado e não deve ser descartada: “A hora que eles venderem tudo, o país estará abrindo mão de instrumentos de fazer política econômica. A Petrobras não é apenas uma indústria do petróleo, a Petrobras é um instrumento de desenvolvimento, porque têm milhares de empresas que dependem da Petrobras, tanto na área de óleo, como na área de gás".

Já no encerramento do ato, que aconteceu em frente à sede da Petrobras, na avenida República do Chile, no centro da cidade, Lula disse ter orgulho da petroleira e garantiu que retornará à presidência para recuperar a auto-estima dos milhões de brasileiros.

“Se alguém tem vergonha da Petrobras, eu quero dizer que eu tenho orgulho da Petrobras e tenho orgulho de ter sido o presidente da República que mais investiu no desenvolvimento de óleo e gás, que mais investiu em pesquisa, que mais fez capitalização da Petrobras. Se eles têm vergonha, eu quero dizer para eles, me processem, mintam o quanto quiserem, mas eu vou voltar para recuperar a autoestima desse país", afirmou.

Fotos:

Senador Roberto Requião, presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Soberaniza Ncional / Fernando Alvim

Lula participa de ato da Frente Brasil Popular em frente à sede da Petrobras / Joka Madruga

Colaboraram Jaqueline Deister, José Eduardo Bernardes, Ednubia Ghisi e Pedro Carrano, do Brasil de Fato (www.brasildefato.com.br)

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