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Coronel comanda repressão


O secretário de Ordem Pública de Niterói, o coronel PM Gílson Chagas, comandou ontem, pessoalmente, a repressão a um grupo de cerca de 30 ambulantes que protestavam contra a prefeitura em frente às barcas, no Centro da cidade. Guardas municipais atacaram os manifestantes no final da tarde a golpes de cassetete e spray de pimenta. Participantes da manifestação foram retirados à força do ato pelos guardas municipais. Um deles, Fábio Luiz, presidente de uma das entidades representativas dos camelôs, a ACANIT, foi dominado dentro da 76ª DP, onde foram prestar queixa, por Gílson Chagas com uma “gravata” (veja imagem reproduzida de vídeo feito por celular), agressão filmada e fotografada por vários manifestantes.

À saída da delegacia, perguntado pelo TODA PALAVRA sobre as acusações de agressões feitas pelos camelôs contra ele, o secretário foi irônico:

- Já vi muita gente dizer que foi agredida sem ter sido. Agora mesmo o Garotinho está falando que foi agredido dentro da prisão – comparou o coronel, sem, contudo, considerar que as câmeras da Cadeia Pública de Benfica não registraram a cena alegada pelo ex-governador, ao contrário dos celulares dos ambulantes de Niterói.

A poucos passos da delegacia, na Câmara Municipal, enquanto os vereadores tentavam discutir a ação judicial que suspendeu a votação do Plano Diretor, marcada para esta quarta-feira, a denúncia das agressões mudou a rotina da casa. Camelôs tomaram as galerias, interrompendo várias vezes a sessão com palavras de ordem contra o prefeito Rodrigo Neves, e vereadores como Talíria Petrone (PSOL) e Leonardo Giordano (PC do B) – cujo chefe de gabinete, Marcos Rodrigo, se encontrava entre os presos e agredidos – corriam pela Avenida Amaral Peixoto entre os dois estabelecimentos, em um vaivém desenfreado.

Os vereadores condenaram a ação da guarda municipal e anunciaram medidas para esta quinta-feira: Talíria Petrone prometeu dar entrada em representação contra o coronel Gílson Chagas no Ministério Público e pedir a sua destituição do cargo de secretário de Ordem Pública; Leonardo Giordano também recorrerá ao MP para apurar responsabilidades na atuação da guarda municipal e ingressará, ainda, com ações individuais em defesa das pessoas agredidas.

O protesto dos camelôs, que querem da prefeitura a regularização de suas atividades, começou com a ocupação de uma faixa da Avenida Visconde do Rio Branco em frente às barcas. Em uma ação rápida, o secretário – que usava colete amarelo sobre camisa social listrada vermelho e preto – entrou no meio dos manifestantes e agarrou Fábio Luiz, levado por ele e pelos guardas municipais para dentro de uma picape que arrancou em disparada.

Houve revolta por parte dos camelôs que entraram em confronto com os guardas. Mais tarde, já na delegacia, o confronto continuou pelos corredores da 79ª DP, tendo o coronel Gílson Chagas (agora sem colete) à frente. Veja vídeos feitos por manifestantes:

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