“A notícia, quando é boa, vende até o jornal de ontem”
Por Luiz Augusto Erthal
A entrevista a seguir traz em si uma curiosidade: ela homenageia os jornaleiros, que comemoram neste 30 de setembro o seu dia sem direito a folga da árdua e diária missão de vender notícias em suas bancas de jornais. Porém, a matéria está sendo lida em uma plataforma digital e não no jornal impresso, de onde eles tiram o seu ganha-pão.
Na verdade, hoje a venda de jornais e revistas lhes garante apenas um pedaço desse pão, já que eles foram forçados a introduzir nas bancas um vasto catálogo de novas mercadorias - doces, biscoitos, cigarros etc - para compensar a queda na venda dos produtos editoriais registrada nos últimos anos, causada justamente pela concorrência da internet, por onde circulam atualmente as informações de forma instantânea e, em grande medida, gratuitas.
Mas o poder de sedução das notícias ainda nutre esperanças para esses trabalhadores que acordam de madrugada para buscar os jornais nas captazias (centrais de distribuição de jornais e revistas) e levá-los para as suas bancas, onde ficam pendurados à espera dos leitores.