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ABI faz ato pelos 60 anos do comício de Jango na Central do Brasil

Na próxima quarta-feira, dia 13 de março, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) vai se transformar em palco para rememorar o comício da Central do Brasil, quando, em 1964, o então presidente João Goulart fez o discurso histórico pelas reformas de base no Brasil.

No evento da ABI estarão presentes a viúva do presidente João Goulart, dona Maria Thereza, filha e netas; Clodsmidt Riani Filho, cujo pai foi organizador do comício; parentes do ex-governador Leonel Brizola, entidades do movimento social como o MST, Coalizão Brasil por Memória, Verdade, Justiça, Reparação e Democracia, parlamentares, sindicatos, lideranças de estudantes (UNE, UJS e UBES) e o Conselheiro da ABI, professor Ivan Proença, histórico defensor da democracia, atuado na resistência ao golpe de 1964.

Gabriel do Vale, cantor e neto do 'poeta do povo', João do Vale, fará uma participação especial. Antecipando o ato, no foyer do nono andar, o Rio Memórias recebe os convidados para a inauguração da exposição “Rio 64 – a capital do golpe” que permanecerá em cartaz até o dia 13 de abril.


A exposição traz uma representação iconográfica dos principais acontecimentos que culminaram no golpe na madrugada do dia 1º de abril e o contexto histórico e cultural da época.


Simultaneamente à inauguração da exposição física, será lançada a versão virtual no site Rio Memórias onde os visitantes poderão acessar na íntegra as memórias apresentadas na exposição física, além de outros acontecimentos.

O comício reuniu cerca de 300 mil de pessoas na Central do Brasil, no centro do Rio, para pressionar o Congresso a apoiar as chamadas reformas de base – agrária, bancária, eleitoral, administrativa e universitária – que prometiam modernizar as estruturas do país e combater a pobreza.


“Trabalhadores, acabei de assinar o decreto da Supra [Superintendência de Política Agrária]. Assinei-o com o pensamento voltado para a tragédia do irmão brasileiro que sofre no interior de nossa pátria. Ainda não é aquela reforma agrária pela qual lutamos. Ainda não é a reformulação do nosso panorama rural empobrecido. Ainda não é a carta de alforria do camponês abandonado. Mas é o primeiro passo”, discursou o então presidente.


Ouça um trecho do discurso:

Na ocasião, Jango anunciou a desapropriação de terras improdutivas próximas a rodovias, ferrovias e açudes feitos com recursos federais, como forma de evitar a especulação fundiária, aumentar a produção de alimentos e facilitar o escoamento, e que as refinarias particulares passariam ao controle da Petrobrás.


Sustentava também a necessidade de estender o direito de voto aos analfabetos e às patentes subalternas das Forças Armadas, como marinheiros e sargentos.


Previa, ainda, intervenção mais ampla do Estado na vida econômica do país e maior controle dos investimentos estrangeiros, mediante regulamentação das remessas para o exterior pelas multinacionais. Os partidos de direita e setores conservadores da sociedade argumentaram que Jango queria implantar o comunismo no país.


Pouco tempo depois, no dia 1º de abril de 1964, o presidente seria deposto pelos militares, que deixaram o poder somente em 1985.

Serviço


Ato pelos 60 anos do comício de Jango na Central do Brasil

Data: 13 de março de 2024

Horário: 16h

Local: Sede Associação Brasileira de Imprensa (ABI)

Endereço: Rua Araújo Porto Alegre 71 – 9º andar, Centro, Rio

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