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'Abin paralela' de Bolsonaro monitorou promotora do caso Marielle, afirma Moraes


O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-chefe da Abin Alexandre Ramagem (Foto: Agência Brasil)

Na decisão sobre o inquérito da "Abin paralela", em que concedeu os mandados de buscas e apreensão contra o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência e atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirma ter havido monitoramento ilegal da procuradora responsável pela investigação do caso Marielle Franco, vereadora do PSOL assassinada juntamente com o motorista Anderson Gomes em 2018.


De acordo com a PF, Ramageml montou uma estrutura paralela para produzir informações sobre adversários políticos do governo Jair Bolsonaro e relatórios apócrifos para disseminação de narrativas falsas (fake news).


Além da promotora do MP-RJ Simone Sibilio, que atuou na investigação inicial do caso Marielle, entre os alvos estão dois ministros do STF (Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes), um ex-presidente da Câmara (Rodrigo Maia), um ex-governador (Camilo Santana, do Ceará, atual ministro da Educação), deputados federais e até mesmo pessoas comuns.


A Polícia Federal cumpriu, nesta quinta-feira (25), 21 mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao deputado Alexandre Ramagem, no âmbito da Operação Vigilância Aproximada. A operação investiga uma "organização criminosa" que teria montado na Abin um esquema de espionagem ilegal contra autoridades, jornalistas, políticos e cidadãos comuns.


Na mesma decisão, Moraes também determinou o afastamento de sete policiais federais que atuaram com Ramagem na Abin. Ele também proibiu os investigados de ausentarem-se do Distrito Federal e a suspensão de seus acessos às redes sociais.


Ao apontar o uso político da Abin, Moraes também afirma que a Agência foi usada no governo de Jair Bolsonaro para monitorar o caso Marielle.


"Em outra oportunidade, novamente, ficou patente a instrumentalização da ABIN, para monitoramento da Promotora de Justiça do Rio de Janeiro e coordenadora da força-tarefa sobre os homicídios qualificados perpetrados em desfavor da vereadora MARIELLE FRANCO e o motorista que lhe acompanhava ANDERSON GOMES", diz Moraes, em seu despacho.

"A CGU identificou no servidor de impressão resumo do currículo da Promotora de Justiça do Rio de Janeiro coordenadora da força-tarefa sobre os homicídios qualificados perpetrados em desfavor da vereadora MARIELLE FRANCO e o motorista que lhe acompanhava ANDERSON GOMES. O documento tem a mesma ausência de identidade visual nos moldes dos Relatórios apócrifos da estrutura paralela”, acrescenta o ministro do STF.


Ministros do STF

O grupo também teria atuado para difundir informações falsas e vincular os ministros do STF Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes a uma facção criminosa. As suspeitas estão em um arquivo eletrônico apreendido na primeira fase da operação, realizada no ano passado.


"O arquivo 'prévia Nmni.docx’ mostra a distorção, para fins políticos, da providência, indicando a pretensão última de relacionar a advogada Nicole Fabre e os ministros do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes com a organização criminosa Primeiro Comando da Capital – PCC, alimentando a difusão de fake news contra os magistrados da Suprema Corte”, complementa o relatório.


Servidor do Ibama contra garimpo ilegal

Hugo Ferreira Neto Loss, servidor de carreira do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que encabeçou operações contra garimpeiros e madeireiros ilegais na Amazônia durante o governo de Jair Bolsonaro, também teria sido monitorado ilegalmente pelo esquema de espionagem. Então coordenador de Operações de Fiscalização do Ibama, Loss foi exonerado do cargo em abril de 2020.


Favorecendo filhos de Bolsonaro

As investigações também indicam que a Abin teria sido usada para interferir em investigações envolvendo os filhos de Bolsonaro, Jair Renan e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Ramagem e os outros acusados também teriam atuado para abafar as investigações internas sobre o uso ilegal do órgão.


"A alta gestão interferiu nas apurações disciplinares para que não fosse divulgada a instrumentalização da Abin", completou o relatório.


Defesa

Pelas redes sociais, Bolsonaro não fez comentários relacionados à operação, mas publicou um vídeo antigo no qual Ramagem informa que o programa espião foi comprado na gestão do presidente Michel Temer.


Valdemar Costa Neto, presidente do PL, classificou a operação de "perseguição" a Bolsonaro.


Em nota, o senador Flávio Bolsonaro negou ter sido favorecido de alguma forma pela Abin. "Isso é um completo absurdo e mais uma tentativa de criar falsas narrativas para atacar o sobrenome Bolsonaro", afirmou.


Celular e notebook da Abin no apartamento de Ramagem

Durante a operação nesta quinta-feira, a Polícia Federal apreendeu seis celulares, quatro notebooks, 20 pen-drives e documentos na residência funcional do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).


Tanto na residência como no gabinete do parlamentar na Câmara dos Deputados, os investigadores encontraram documentos relacionados à Abin e detectaram que um dos notebooks e um celular encontrados sob posse de Ramagem ainda pertenciam à Agência. O fato causou estranheza, uma vez que o deputado do PL não mantém mais ligação oficial com o órgão de inteligência.


Até o fechamento da matéria, Alexandre Ramagem ainda não havia se manifestado sobre a operação.


Com informações da Agência Brasil e do Globo

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