'Abin paralela': Moraes tira sigilo de áudio de Bolsonaro e Ramagem
- Da Redação
- 15 de jul. de 2024
- 2 min de leitura
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu, nesta segunda-feira (15), tirar o sigilo do áudio gravado pelo ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem de uma reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o general Augusto Heleno, então chefe do GSI, sobre o caso das "rachadinhas" de Flávio Bolsonaro. A advogada de Flávio também participou da conversa, que foi realizada no Palácio do Planalto em 25 de agosto de 2020.
O áudio, de 1 hora e 8 minutos, consta em relatório da Operação Última Milha, que investiga o uso ilegal da agência de inteligência pelo bolsonarismo, em esquema que ficou conhecido como "Abin paralela". Segundo a Polícia Federal, foram constatados elementos concretos de uma organização criminosa que atuava na elaboração de dossiês contra ministros do STF e seus familiares, parlamentares e jornalistas a fim de divulgar narrativas falsas e incitar, direta ou indiretamente, tentativa de golpe de estado e enfraquecimento das instituições.
De acordo com o áudio encontrado pela PF no computador do ex-diretor da Abin, o então presidente Jair Bolsonaro, Augusto Heleno, Alexandre Ramagem e duas advogadas do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) se reuniram para tratar de uma estratégia de defesa sobre o caso das rachadinhas envolvendo Flávio quando ele era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Sem que os demais soubessem, Ramagem gravou o encontro.
No áudio, ouve-se Bolsonaro sugerindo falar com o chefe da Receita Federal e do Serpro sobre rachadinha do filho Zero Um.
Na ocasião, segundo os investigadores, foram discutidas supostas irregularidades cometidas por auditores da Receita Federal na elaboração de um relatório que originou o inquérito contra Flávio Bolsonaro.
"Neste áudio, é possível identificar a atuação de Alexandre Ramagem indicando, em suma, que seria necessário a instauração de procedimento administrativo contra os auditores da Receita com o objetivo de anular a investigação, bem como retirar os auditores de seus respectivos cargos", aponta o relatório da PF.
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