ABL critica Guedes: 'não podem faltar homens e livros'

Em nota oficial, a Academia Brasileira de Letras classificou como "um claro retrocesso cultural" o fim da isenção de impostos sobre os livros embutido na proposta de reforma tributária encaminhada pelo ministro da Fazenda, Paulo Guedes, ao Congresso Nacional.
A isenção tributária para livros e jornais está definida na Constituição federal, mas, pela proposta de Guedes, as editoras seria taxadas em 12% com a criação do novo imposto. Na nota, a ABL enfatiza que o mercado editorial brasileiro sofreu um recuo de 20% entre os anos de 2006 e 2019, de acordo com pesquisa da Câmara Brasileira do Livro, o que levou ao fechamento de muitas livrarias. A entidade cobra apoio do governo ao setor e encerra a nota com uma referência à máxima de Monteiro Lobato - "Um país se constrói com homens e livros".
Leia a nota da Academia:
"A Academia Brasileira de Letras vem expressar sua preocupação com a possibilidade de as editoras de livros virem a ser taxadas pela reforma tributária que está em debate no Congresso Nacional.
A proposta do ministro da Fazenda de acabar com a isenção de impostos sobre livros, taxando as editoras em 12% com o novo imposto, é um claro retrocesso cultural, que se junta a outros neste triste período por que passa o país, agravado pela crise econômica que atingiu em cheio a indústria do livro durante a pandemia.
O mercado editorial brasileiro encolheu 20% ,de 2006 a 2019 ,segundo dados da Câmara Brasileira de Livros (CBL), e diversas livrarias tiveram que fechar as portas. O papel do governo deveria ser incentivar a leitura e a divulgação de livros, não restringir sua circulação com novas taxações.
Não podem faltar homens e livros."