Agora, CBF tenta afastar bolsonarismo da camisa da seleção

Um dos símbolos de manifestações bolsonaristas, a camisa amarela da Seleção Brasileira está no foco de uma campanha publicitária lançada segunda-feira (7) pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Às portas da Copa do Mundo, marcada para começar no próximo dia 20, só agora a CBF está engajada em dissociar a camisa da seleção da política.
A intenção foi exposta nesta terça-feira (8) pelo presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. Em entrevista ao UOL, Rodrigues afirmou que a campanha publicitária lançada logo após o anúncio dos jogadores convocados para o Mundial do Catar, faz parte de um esforço para retirar da camisa amarela, famosa mundialmente, qualquer ligação com a política.
"É o início de uma campanha institucional. Passará na TV aberta e fechada, e redes sociais. É para mostrar que todos podem se sentir bem com a camisa da seleção", disse Rodrigues.
Ele acrescentou que a decisão de dissociar a camisa da política havia sido tomada antes das eleições, mas que a CBF optou por aguardar o resultado do pleito para lançar a campanha.
A camisa amarela da seleção começou a ser usada em protestos em 2015 contra a corrupção e a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Desde 2018, o símbolo verde e amarelo foi capturado pelo bolsonarismo, assim como a bandeira nacional. Durante as eleições, grande parte dos apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) compareceu às seções de votação vestindo a camisa da seleção, após o presidente convocar seus eleitores a vestirem as cores verde e amarela no dia da votação.
O fato de estar associada a movimentos de extrema direita e atos antidemocráticos, porém, faz com que torcedores que não pactuam dessa ideologia rejeitem a camisa, o que fatalmente pode causar prejuízo ao fornecedor.