Aliados temem novas revelações comprometendo Bolsonaro
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Aliados temem novas revelações comprometendo Bolsonaro


O ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, e o pastor Arilton Moura - presos e depois soltos (Foto: Luís Fortes/MEC)

Faltando menos de quatro meses para a eleição, o núcleo bolsonarista teme que haja mais conversas comprometedoras do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, citando o presidente e adotam estratégias para diminuir impacto do caso na campanha à reeleição de Jair Bolsonaro (PL).

Após a divulgação do áudio no qual o ex-ministro diz à filha que o presidente da República o informou sobre possíveis buscas e apreensões feitas pela Polícia Federal em sua casa, aliados de Bolsonaro começaram a se articular para segurar o escândalo, que veio "no pior momento", segundo bolsonaristas, por conta da campanha presidencial deste ano.

De acordo com o Globo, a estratégia adotada é a de dizer que, na ligação, Ribeiro afirma que Bolsonaro está "com pressentimento" sobre a operação. O argumento utilizado por estes interlocutores do presidente é de que a intuição presidencial "não é crime".

Enquanto aguardavam com apreensão a divulgação completa dos áudios e mensagens interceptadas do ex-ministro e pastores lobistas, o núcleo da campanha de Bolsonaro se antecipou na sexta-feira (24) e passou a questionar o fato de os autos do inquérito não terem sido enviados antes ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Nas redes sociais, aliados do presidente também colocaram em prática a conhecida estratégia de desviar a atenção para outros assuntos, frequentemente sobre valores morais. No caso dos áudios do ex-ministro, eles preferiram repercutir a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos, que derrubou nesta sexta-feira (24) o direito ao aborto legal no país.

Já o filho 01, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), saiu em defesa do pai ao dizer que todo o acontecimento "cheirava a sacanagem" e questionou a conduta do juiz Renato Borelli, da 15ª Vara Federal do Distrito Federal que determinou a prisão do ex-ministro.

"Então havia gravação do ex-ministro falando que 'ele' achava que poderia ter busca e apreensão? Se 'ele' era Bolsonaro, porque o juiz e o procurador do Ministério Público Federal não remeteram os autos ao Supremo Tribunal Federal ao invés de prender o ex-ministro. Tá cheirando a 'sacanagem', além de crime, claro", afirmou.

Além do áudio vazado, outra informação que veio à tona foi o fato do ministro da Justiça, Anderson Torres, ter estado com Bolsonaro no dia 9 de junho, dia em que a ligação entre o presidente e Ribeiro foi feita.

'Suspeitas substanciais'

Ao contrário do que tenta apregoar o filho 01 de Bolsonaro, o juiz Renato Borelli afirmou que tomou a decisão de determinar a prisão preventiva do ex-ministro com base em "suspeitas substanciais". A afirmação foi feita em uma manifestação enviada ao gabinete do desembargador Ney Bello, do TRF-1, que mandou soltar Ribeiro e os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura (este, após ser preso pela PF, chegou a citar que iria "destruir todo mundo").

Em um trecho da manifestação contrapondo os argumentos usados pelo desembargador, Borelli afirma ainda: "Todas as decisões foram proferidas com base em indicativos cabais que haveria uma sequência de condutas suspeitas no Ministério da Educação (chamado de gabinete paralelo*) e que poderiam amoldar-se aos tipos penais acima especificados; é dizer, as decisões não foram proferidas sem o respaldo legal justificador."

'Três crimes do presidente'

Cinco integrantes do Ministério Público Federal ouvidos pela coluna de Malu Gaspar, do Globo, sob condição de anonimato, disseram que o telefonema do ex-ministro interceptado pela Polícia Federal "é 'grave' e, caso seja comprovado que ele teve informações privilegiadas sobre a iminência de uma operação que levou à sua prisão, pode fazer Jair Bolsonaro ser enquadrado em pelo menos três crimes". Os crimes seriam por obstrução de Justiça, favorecimento pessoal e violação de sigilo funcional. Entretanto, para que isso ocorra, o procurador-Geral Augusto Aras terá de apresentar o pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF). Aras é aliado do atual ocupante do Palácio do Planalto.

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