Após 'delação', Weintraub perde boa boca no Banco Mundial
Atualizado: 20 de jan. de 2022

O ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, não será reconduzido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) ao cargo no Banco Mundial, e perderá a "boa boca" de mais de R$ 1,2 milhão por ano. Além de fazer críticas ao avanço do Centrão (partidos e parlamentares fisiológicos) no governo, ele declarou que o presidente tinha informações privilegiadas da Polícia Federal (PF) antes do segundo turno das eleições - no caso das rachadinhas de Flávio Bolsonaro. As críticas e a "delação" irritaram Bolsonaro, motivando a decisão do Chefe, de acordo com o jornal Valor Econômico.
Demitido em junho de 2020, após ameaça de ser preso pelo Supremo Tribunal Federal, Weintraub foi logo indicado por Bolsonaro para assumir um mandato tampão no Conselho da Diretoria Executiva do Banco Mundial - além do Brasil, o conselho reúne Colômbia, Equador, Haiti, Suriname, República Dominicana, Panamá, Trinidad e Tobago e Filipinas. Seu salário na função é de cerca de US$ 230 mil por ano ou R$ 1,280 milhão.
Bolsonaro bancou a nomeação à época, porém o quadro mudou. Além da aproximação do centrão, Tarcísio Freitas despontou como candidato de Bolsonaro ao governo de São Paulo, rivalizando com Weintraub.
Na terça-feira (18), Bolsonaro reclamou em uma transmissão ao vivo das críticas proferidas por Weintraub, que, na visão do presidente, "não está para colaborar, mas para tumultuar".
“Um grande obstáculo que nós conservadores estamos passando, estamos sendo atacados continuamente, e fomos substituídos por essa turma do Centrão”, afirmou Weintraub também na terça-feira (18), em uma live no YouTube. Isso, depois de confirmar publicamente que Bolsonaro tinha informações privilegiadas da PF já em 2018.