Após gasolina a R$ 7, Petrobrás corta 10 centavos por litro

Após inflacionar o preço da gasolina em 49,6% no ano, a direção da Petrobrás anunciou nesta terça-feira (14) um corte - que teve até divulgação eufórica e antecipada do presidente Jair Bolsonaro (PL) na semana passada - de dez centavos do valor do litro da gasolina A para as distribuidoras. A redução vale a partir desta quarta-feira.
De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço médio da gasolina subiu, desde a primeira quinzena de janeiro deste ano, de R$ 4,78 para R$ 6,95 entre os dias 5 e 11 de dezembro nos postos de todo o Brasil. Pela terceira semana seguida, porém, o preço máximo já chega a R$ 7,96 por litro - caso do Rio Grande do Sul.
No comunicado sobre a redução do preço, de R$ 3,19 para R$ 3,09 nas refinarias, a Petrobrás informa que “esse ajuste reflete, em parte, a evolução dos preços internacionais e da taxa de câmbio, que se estabilizaram em patamar inferior para a gasolina”.
Em 23 de novembro, em audiência no Senado Federal, o atual presidente da Petrobrás, general Silva e Luna, disse que a estatal chegou a ficar, sob sua gestão, 92 dias sem reajustar o valor do gás de cozinha, 85 sem reajustar o diesel e 56 sem alterar o preço da gasolina. A declaração gerou reações indignadas. O senador Omar Aziz (PSD-AM) fez questão de lembrá-lo que "o salário do trabalhador brasileiro não é alterado a cada 90 dias, como o combustível é hoje quase diariamente. É uma brincadeira achar que se está fazendo um grande favor aos brasileiros" - indignou-se o senador.
A política de Preço de Paridade Internacional (PPI), baseada na cotação do barril de petróleo no mercado internacional e no valor do dólar, foi adotada a partir do governo golpista de Michel Temer e mantida pelo governo Jair Bolsonaro. Essa política fez aumentar o lucro da Petrobrás, a arrecadação de impostos sobre combustíveis pelo governo federal e a distribuição de dividendos bilionários aos acionistas, majoritariamente estrangeiros.
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