Após Pandora Papers, Biden anuncia taxar super-ricos
A revelação de que os super-ricos escondem trilhões de dólares em paraísos fiscais, para evitar pagamento de impostos, provocou reação imediata do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Em duas postagens no Twitter antes do pane nas redes sociais nesta segunda-feira (4), a Casa Branca informou que os paraísos fiscais e os bilionários serão taxados para financiar o programa Build Back Better Future (Construa de Volta um Futuro Melhor), que prevê grandes investimentos em infraestrutura nos Estados Unidos e em países alinhados.
"Agenda do presidente Biden vai acabar com os esquemas fiscais injustos que dão uma vantagem às grandes corporações. É hora de negociar com os americanos que trabalham duro e garantir que os super-ricos paguem sua parte justa", tuitou a Casa Branca, sem dar maiores detalhes.
Em outro tuite, o governo Biden ainda complementou: "A agenda garantirá que os ricos paguem sua parte justa - dando à classe média um corte de impostos e garantindo custos mais baixos com creches, assistência médica e muito mais para as famílias trabalhadoras."
O esquema revelado no Pandora Papers envolve as duas principais autoridades econômicas do Brasil: o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, assim como alguns dos empresários mais conhecidos do país, como o dono da Havan, Luciano Hang, e empresas, como a Prevent Senior, operadora de saúde investigada na CPI da Covid por irregularidades durante a pandemia.
Offshores são empresas em paraísos fiscais muito populares entre as pessoas mais ricas do mundo. Os argumentos vão desde economizar no pagamento de impostos até a proteção de ativos contra riscos políticos. As offshores também são fartamente usadas para ocultação de dinheiro sujo por corruptos ou integrantes de organizações criminosas, incluindo tráfico de drogas.
No Brasil, é permitido ter offshores, desde que declaradas à Receita Federal e, quando seus ativos ultrapassam US$ 1 milhão, ao Banco Central. Não é permitido, porém, a ocupantes de postos do alto escalão do governo.
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