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Após prisão de ex-ministro, oposição tenta instalar CPI do MEC


Ribeiro e os dois pastores - envolvidos em corrupção - entre Bolsonaro e o atual ministro do MEC (Reprodução)

Parlamentares dão como quase certa a instalação de uma CPI para investigar corrupção no Ministério da Educação, que é dominado por pastores e políticos do Centrão. Nesta quarta-feira (22), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da Oposição no Senado, anunciou que falta apenas uma assinatura, das 27 necessárias para que a investigação seja iniciada.

"Urgente! O senador Eduardo Braga (PSB-AM) acaba de assinar o requerimento de abertura da CPI do MEC. Agora falta apenas uma assinatura para que a CPI seja aberta!", escreveu Randolfe em sua conta no Twitter.

“É compreensível agora porque o governo Bolsonaro se esforçou tanto para retirar assinaturas da CPI do MEC. Ainda em abril, nós precisávamos apenas de mais duas. Agora sabemos a razão! O Bolsolão do MEC já é o maior escândalo de corrupção da história!’, escreveu ainda Randolfe.

O senador Renan Calheiros (MDB) também foi às redes sociais para defender a abertura de CPI após a prisão do ex-ministro Milton Ribeiro, acusado de corrupção no MEC para favorecer políticos aliados do governo. Renan aproveitou para lembrar também que, quando o presidente Jair Bolsonaro (PL) foi à ONU no ano passado, ele mentiu sobre o esquema de corrupção no Ministério da Saúde envolvendo a compra de imunizantes contra a Covid-19.

“Bolsonaro foi à ONU mentir sobre corrupção, provada na AstraZeneca e Covaxin pela CPI. Barras de ouro do MEC e a prisão do ex-ministro o mostram a heresia com a sacristia pública. ‘Foi um pedido especial do Presidente’, disse Milton Ribeiro. CPI já”, escreveu o senador.

Apoio na Câmara

Na Câmara dos Deputados, a movimentação também se intensifica após a prisão do ex-ministro. O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) também apresentou pedido da abertura de uma CPI do MEC. Mas no caso da Câmara, o requerimento precisa de 171 apoios. Só então a solicitação segue para a aprovação do presidente do Congresso, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Na operação da PF, além do ex-ministro do governo Bolsonaro foi preso também o pastor Gilmar Santos. Outro pastor ligado ao esquema, Arilton Moura, tem ordem de prisão. Ambos são ligados ao presidente Bolsonaro e apontados como lobistas que atuavam no MEC liberando verbas vultuosas para prefeituras em troca de propina.

O substituto de Milton Ribeiro no Ministério da Educação, Victor Godoy, ex-secretário-executivo da pasta e ex-braço direito de Ribeiro, já se reuniu pelo menos três vezes com os pastores lobistas. As agendas foram reveladas pelo jornal Folha de S. Paulo, em março. Godoy foi efetivado ministro em abril.

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