Após deixar o Brasil, Ford investe US$ 1 bi na África do Sul
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Após deixar o Brasil, Ford investe US$ 1 bi na África do Sul


Funcionários da Ford protestam em Camaçari, na Bahia (Foto: Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari)

Nesta terça-feira (2), a fabricante de automóveis Ford anunciou um investimento de US$ 1,05 bilhão (cerca de R$ 5,63 bilhões) para ampliar sua capacidade produtiva na África do Sul, o maior investimento dos 97 anos de história da montadora norte-americana no país africano.

O investimento foi divulgado em uma entrevista coletiva com a presença do presidente sul-africano Cyril Ramaphosa e membros do governo local, em Silverton, na província sul-africana de Gauteng. O investimento, entre outras vantagens, atualizará a produção da fábrica de montagem da Ford na país, aumentando sua capacidade instalada anual para 200 mil veículos, além de torná-la autossuficiente e neutra em carbono até 2024.

"A Ford Motor Company anunciou hoje um investimento de US$ 1,05 bilhão (R15,8 bilhões) em suas operações de manufatura na África do Sul - marcando o maior investimento nos 97 anos de história da Ford na África do Sul.", disse a empresa em um comunicado.

O premiê da província sul-africana de Gauteng também comentou o anúncio oficial em suas redes sociais celebrando o investimento.

​Hoje, estivemos com o presidente Cyrill Ramaphosa durante o anúncio da Ford de um investimento de US$ 1,05 bilhão (15, 8 bilhões de rands, ou R$ 5,63 bilhões) na Montadora de Silverton. Esse é um dos maiores investimos da história da indústria automobilística da África do Sul, ampliando a capacidade de produção da Ford e criando novos empregos.


A empresa criará 1,2 mil postos de trabalho, aumentando o número de funcionários no local para 5,5 mil e criando outros dez mil novos empregos em toda a rede de abastecimento da empresa. A Ford opera na África do Sul desde 1923, sendo que a fábrica de Silverton foi fundada em 1967. A empresa atualmente contribui com mais de 1% do PIB da África do Sul.

Ford encerrou história centenária no Brasil

Em 11 de janeiro, a Ford anunciou o fim da produção de seus automóveis no Brasil e informou que os veículos comercializados pela marca no país passariam a ser importados, principalmente, da Argentina e Uruguai, mas também de países de fora da América do Sul. O comunicado da empresa publicado na época não cita a África do Sul.

Na ocasião, o presidente Jair Bolsonaro disse que a empresa estava saindo porque "querem subsídios".

Entre os motivos da decisão, a fabricante apontou a desvalorização das moedas da região, que "aumentou os custos industriais além de níveis recuperáveis".

Já o vice-presidente Hamilton Mourão, ao comentar na época que a empresa poderia ter esperado, reconheceu que o problema é a falta de recuperação da economia.

"A Ford ganhou bastante dinheiro aqui no Brasil, recebeu incentivo. Ela poderia ter esperado. A gente entende que no mundo inteiro a empresa está passando por problemas, a indústria automobilística está passando por problemas, está havendo uma mudança. Mas eu acho que o nosso mercado tem plenas condições de assimilar, vamos dizer assim, a partir do momento que retomar a economia de uma forma normal", disse Mourão.

Apenas na fábrica de Taubaté, no interior de São Paulo, cerca de cinco mil empregos foram impactados pela saída da empresa. A Ford estava no Brasil desde 1919 e afirmou que o fim da produção de veículos no país faz parte de seu plano de modernização. A empresa manteve no país um centro de desenvolvimento na Bahia, uma prova de testes em Tatuí, interior paulista, além da sede regional em São Paulo.

Audiência na Câmara

Três semanas depois do anúncio do fechamento, os trabalhadores da Ford resistem a retomar a produção. Nesta terça-feira (2), o Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari (BA) fez assembleia sobre as negociações com a empresa, basicamente para discutir indenizações aos funcionários. A orientação do sindicato é para que ninguém retorne à linha de produção para concluir "qualquer produto pendente".

“Não é justo que o trabalhador volte para operação estando demitido, que não existe mais emprego”, afirmou o presidente do sindicato, Júlio Bonfim.

A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados promove nesta quarta (3) uma audiência virtual sobre os impactos da saída da montadora. “Articulamos uma denúncia contra a Ford por descumprimento a vários acordos. Esperamos que a Ford respeite o trabalho e os trabalhadores do Brasil e que possamos reaver os benefícios definidos nesses acordos”, afirmou o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Carlos Caramelo, citado pela Rede Brasil Atual.

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