Após golpe em Mianmar, denúncia torpe contra Nobel da Paz
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Após golpe em Mianmar, denúncia torpe contra Nobel da Paz


Aung San Suu Kyi, principal líder civil de Mianmar, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz em 1991 (Foto: Reprodução)

A polícia de Mianmar acusou a líder civil deposta do país, Aung San Suu Kyi, de possuir vários walkie-talkies importados sem registro, que por isso ela ficará detida, informaram integrantes de seu partido nesta quarta-feira (3). União Europeia e Estados Unidos condenaram a ação militar na última segunda-feira (1º) e a classificaram como golpe de Estado no país.

Suu Kyi, principal autoridade civil do país, ganhadora do prêmio Nobel da Paz em 1991, foi presa na segunda-feira junto com outros políticos do primeiro escalão do governo civil quando o Exército deu um golpe no dia em que o novo parlamento seria inaugurado. De acordo com funcionários do partido de Suu Kyi, a Liga Nacional para a Democracia (LND), ela está em casa em prisão domiciliar. A denúncia contra Suu Kyi foi considerada "uma torpeza".

O texto da acusação contra Suu Kyi afirma que os walkie-talkies, que não foram registrados, eram para uso dos seguranças da agora ex-conselheira de Estado.

​O porta-voz da LND, Kyi Toe, confirmou a alegação em sua página no Facebook e acrescentou que o ex-presidente Win Myint foi acusado de violar a lei de gestão de desastres naturais. Phyo Zayar Thaw, legislador do partido, também confirmou as acusações, segundo a agência de notícias Associated Press.

Além da prisão e deposição dos principais líderes do governo civil, os militares de Mianmar decretaram o estado de emergência por um ano. Com isso, o general Min Aung Hlaing exercerá a presidência interina do país durante esse período.

De acordo com o novo governo interino, assim que acabar o estado de emergência, sem nenhuma garantia, o país realizará eleições para determinar quem vai assumir o governo.

O governo golpista assinalou que planeja investigar as denúncias de supostas fraudes nas eleições realizadas em novembro do ano passado, conforme anunciou nesta terça-feira (2) o general Aung Hlaing em sua primeira reunião de governo, citado pelo jornal estatal Global New Light of Myanmar.

Segundo o Exército do país, uma das razões para derrubar o governo civil liderado por Suu Kyi foi que este não investigou adequadamente as suas alegações de supostas irregularidades no pleito. Por sua vez, a Comissão Eleitoral afirmou, antes do golpe militar, que não ocorreram problemas significativos na votação.

Nas eleições de novembro de 2020, em votação secreta, o partido de Suu Kyi ganhou 396 dos 476 assentos em disputa em ambas as casas do parlamento, enquanto o principal partido de oposição, que é vinculado aos militares, obteve apenas 33 representantes. O Exército, no entanto, tem direito a 25% de todos os assentos nas duas câmaras com base na Constituição de 2008, que entrou em vigor sob o governo militar anterior.

Segundo o jornal estatal Global New Light of Myanmar, o general Aung Hlaing disse ao governo que uma nova comissão eleitoral, composta por funcionários que ele descreveu como independentes e imparciais, "avaliará os dados da votação para encontrar os resultados corretos, e as ações apropriadas serão tomadas no processo''. Além disso, as listas de eleitores serão examinadas para detectar os registros de famílias inteiras, acrescentou o militar.

De acordo com um comunicado divulgado nesta quarta-feira (3) em nome dos membros da liderança do partido de Suu Kyi, as autoridades de Mianmar começaram a fazer buscas nos escritórios da LND em Mandalay e em outros estados e regiões na terça-feira (2), confiscando diversos documentos e computadores.

O presidente Joe Biden, em uma contundente declaração na segunda-feira, disse que os Estados Unidos considerariam voltar a impor sanções ao país, que foram levantadas durante sua transição de uma década para a democracia. Washington contribuiu com US$ 1,5 bilhão para Mianmar desde 2012 para apoiar a democracia, a paz interna e as comunidades afetadas pela violência, segundo o Departamento de Estado. A União Europeia também condenou o golpe e reclama a libertação imediata dos detidos, que incluem, além dos líderes do governo democrático, também governadores regionais, escritores e ativistas.


Com a Sputnik

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