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Ataques no Mar Vermelho agravam conflito no Oriente Médio


(Frame: Ministério da Defesa da Ucrânia)

O conflito entre Israel e Palestina, iniciado em 7 de outubro após ataque do grupo Hamas a Israel, pode ampliar a área de conflagração, envolver mais atores, mais armamentos, ferir e matar mais inocentes. Um sinal dessa expansão são os quase 30 ataques dos rebeldes Houthis do Iêmen a embarcações comerciais que navegam pelo Mar Vermelho, no Oceano Índico entre a Ásia e a África, a caminho do Canal de Suez para abastecimento da Europa (pelo Mar Mediterrâneo).


A rota é passagem de petroleiros e cargueiros com produtos e insumos industriais chineses. Com a ameaça de ter navios alvejados por mísseis e drones, as quatro maiores transportadoras marítimas do mundo e a companhia British Petroleum anunciaram que não farão deslocamentos pelo Canal de Suez, optando por contornar, pelo Índico e pelo Atlântico, o continente africano para chegar à Europa.


“Os navios estão procurando caminho mais longo. E tudo fica mais lento e mais caro”, observa historiador Bernardo Kocher, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) e especialista em Oriente Médio. A demora e o encarecimento afetam o fornecimento de bens duráveis e de consumo, e pressionam por mais altas do preço do barril do petróleo.


A commodity fechou em alta de 1% no mercado internacional detsa sexta-feira (11) para sábado (12), após os Estados Unidos e a Grã-Bretanha realizarem mais de 70 bombardeios a bases dominadas pelos Houthis no Iêmen. Altas no preço de petróleo afetam a economia global e podem gerar inflação em nível internacional.


“Os Houthis são um grupo rebelde. Se eles influenciam a economia mundial e conseguem vergar uma pressão sobre Israel, ganham um prestígio muito grande e um enorme capital político”, avalia Bernardo Kocher.


Menos de um mês após os ataques de Israel à Faixa de Gaza, os Houthis anunciaram a entrada no conflito ao lado do Hamas. Os dois movimentos, junto com o libanês Hezbollah, agem com armamento fornecido pelo Irã e formam um “eixo de resistência” que se opõe à Israel e à influência norte-americana no Oriente Médio.


Além de problemas econômicos e bélicos, há riscos políticos – em especial ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, do Partido Democrata, que deverá tentar em novembro a reeleição, possivelmente contra o ex-presidente Donald Trump, do Partido Republicano.


Para Bernardo Kocher, as derrotas no exterior têm impacto na popularidade de Biden. “Que condições tem de concorrer um presidente que está perdendo duas guerras? O presidente Biden [já] perdeu a Guerra da Ucrânia [ainda em andamento] e a guerra em Gaza, que é um desastre humanitário. Muitos grupos minoritários como eleitores de origem árabe e latina não vão votar nele”, afirma o historiador.


Houthis prometem resposta a novo ataque

Os houthis ameaçam dar uma "resposta forte e eficaz" depois que os Estados Unidos e o Reino Unido realizaram outro ataque no Iêmen durante a noite de sexta-feira (12).


"Este novo ataque terá uma resposta firme, forte e eficaz", disse o porta-voz dos houthis, Nasruldeen Amer, acrescentando que não houve feridos nem "danos materiais", segundo a agência Reuters. Mohammed Abdulsalam, outro porta-voz do grupo, disse à mídia que os ataques, incluindo o que atingiu durante a noite uma base militar em Sanaa, não tiveram impacto significativo na capacidade do grupo de impedir que navios afiliados a Israel passassem pelo mar Vermelho e pelo mar da Arábia.


Os houthis dizem que a sua campanha marítima, a qual está em curso desde outubro, visa apoiar os palestinos sob cerco e ataque israelense na Faixa de Gaza. Na sexta-feira (12), centenas de milhares de pessoas manifestaram-se em Sanaa, entoando slogans denunciando Israel e os Estados Unidos.


Em um comunicado emitido na quinta-feira (11), Joe Biden, presidente dos EUA, disse que "os militares conduziram o ataque com sucesso" e que Washington não hesitará em tomar medidas adicionais para proteger o "fluxo livre do comércio internacional" na zona marítima, conforme noticiado.


Europeus divididos

Apesar de contar com apoio britânico, os norte-americanos encontram uma Europa mais resistente para lidar com maior envolvimento com a situação. Por exemplo, Itália, Espanha e França não participaram das investidas.


Falando sob condição de anonimato, uma autoridade francesa disse à mídia que Paris temia que, ao aderir aos ataques liderados pelos EUA, tivesse perdido qualquer influência que tinha nas negociações para acalmar as tensões entre o Hezbollah e Israel.


A França concentrou grande parte da sua diplomacia nas últimas semanas em evitar uma escalada no Líbano.


A ministra da Defesa espanhola, Margarita Robles, afirmou que a Espanha não aderiu à ação militar no mar Vermelho porque queria promover a paz na região: "Cada país tem de dar explicações pelas suas ações. A Espanha estará sempre comprometida com a paz e o diálogo", disse Robles aos jornalistas em Madri.


O ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto, deixou clara a sua relutância em atacar os Houthis, dizendo à Reuters que a sua agressão tinha de ser interrompida sem desencadear uma nova guerra na região.


Antes dos ataques desses últimos dois dias, os Estados Unidos lançaram a Operação Prosperity Guardian – para proteger as embarcações que passam pela região – a qual também não teve plena adesão por parte dos europeus.


Itália, Espanha e França não aderiram à missão, não querendo colocar os seus navios de guerra sob o comando dos EUA.


A divergência realça as divisões no Ocidente sobre como lidar com os houthis, apoiados pelo Irã.

A crise do mar Vermelho contribuiu para a propagação do conflito no Oriente Médio desde que militantes do Hamas invadiram o sul de Israel em 7 de outubro, matando 1.200 pessoas e fazendo 240 reféns.


Tel Aviv respondeu devastando grandes áreas de Gaza para tentar aniquilar o Hamas. Um total de 23.843 palestinos foram mortos em ataques israelenses, informou o Ministério da Saúde de Gaza em comunicado neste sábado (13).


Com Agência Brasil e Agência Sputnik

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