Atos golpistas: PF apreende arsenal e dinheiro com empresários
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (11) a 11ª fase da Operação Lesa Pátria para identificar pessoas que financiaram e fomentaram os atos golpistas do dia 8 de janeiro, quando o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) foram invadidos e depredados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Entre os alvos da operação estão empresários do agronegócio e CACs (colecionadores de armas, atiradores ou caçadores esportivos).
Estão sendo cumpridos 22 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo, em São Paulo, no Mato Grosso do Sul e no Paraná. Foi determinado também o bloqueio de bens, ativos e valores dos investigados até o limite de R$ 40 milhões para cobertura e ressarcimento dos danos causados ao patrimônio público.
“Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido”, destacou a PF em nota.
No município de Maracaju, Mato Grosso do Sul, os agentes federais apreenderam um arsenal na casa do empresário bolsonarista Adoilto Fernandes Coronel, um dos alvos da operação. Segundo o site Metrópoles, o empresário é apoiador declarado do ex-presidente e dono de uma loja de materiais de construção no município a 149 km da capital Campo Grande. Ele também é 2º secretário da Associação Empresarial da cidade. Adoilto constava como suposto financiador dos atos terroristas em uma lista divulgada pela Advocacia-Geral da União (AGU) em fevereiro. Além dele, 52 pessoas físicas e sete jurídicas tiveram os bens bloqueados a pedido da AGU à época.
Já na casa de outro empresário bolsonarista Geraldo Cesar Killer, em Bauru (SP), foi encontrado grande quantia em dinheiro vivo, cujo montante não foi informado pela PF.
Cesar Killer é sócio da GCKON Participações, empresa com três unidades em municípios paulistas, que trabalha com loteamentos e imóveis. De acordo com o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o empresário doou R$ 10 mil para a campanha de Jair Bolsonaro e R$ 10 mil para a campanha do senador Marcos Pontes (PL), ex-ministro de Ciência e Tecnologia.
Assim como os outros 20 alvos da operação, Adoilto Coronel e Cesar Killer tiveram o bloqueio de seus bens, ativos e valores até o limite de R$ 40 mil para cobertura e ressarcimento dos danos causados ao patrimônio público.
De acordo com a Polícia Federal, as investigações continuam em curso e a Operação Lesa Pátria se tornou permanente, com atualizações periódicas acerca do número de mandados judiciais expedidos, pessoas capturadas e foragidas.
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