top of page

BC eleva taxa de juros ao seu maior patamar em 4 anos


(Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Em meio ao aumento da inflação de alimentos, combustíveis e energia, o Banco Central (BC) apertou ainda mais os cintos na política monetária. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic, juros básicos da economia, de 6,25% para 7,75% ao ano, que chega agora ao seu maior patamar desde setembro de 2017.

A alta dos juros também foi "pedida" na última sexta-feira pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, após o governo conseguir aprovar na Câmara dos Deputados a PEC do fura teto para acomodar o novo Bolsa Família de Jair Bolsonaro visando a reeleição.

Na avaliação do Compom, os acontecimentos recentes elevaram o risco de a inflação subir mais que o previsto, justificando a alta dos juros.

O Copom informou ainda que também deverá elevar a Selic em 1,5 ponto percentual na próxima reunião do órgão, em dezembro.

Esse foi o sexto reajuste consecutivo na taxa de juros básicos da economia. De março a junho, tinha sido elevada em 0,75 ponto percentual em cada encontro. No início de agosto, o BC passou a aumentar a Selic em 1 ponto a cada reunião. Com a disparada dos preços dos principais itens de consumo e a alta da inflação, com agravamento das tensões no mercado financeiro, o reajuste passou para 1,25 ponto em setembro.

Inflação

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em setembro, o indicador fechou no maior nível para o mês desde 1994 e acumula 10,25% em 12 meses, pressionado pelo dólar, pelos combustíveis e pela alta da energia elétrica.

A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia.

Dívida pública

A alta dos juros para conter a escalada da inflação em 2021 terá impacto também no endividamento público. Apesar dos números divulgados nesta quarta-feira pelo Tesouro Nacional - a dívida pública federal passou de R$ 5,481 trilhões em agosto para R$ 5,443 trilhões em setembro, recuo de 0,68% -, a previsão do próprio Tesouro é que a DPF continuará subindo nos próximos meses. De acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF), apresentado no fim de maio, o estoque da DPF deve encerrar 2021 entre R$ 5,5 trilhões e R$ 5,8 trilhões.

bottom of page