Bolsonaro é chamado de 'moleque' por ministro do STF

As declarações do presidente Jair Bolsonaro durante a live de quinta-feria (29), em que voltou a atacar o atual sistema eleitoral brasileiro e a defender o voto impresso, provocaram reações graves no Supremo Tribunal Federal (STF), a ponto de ser chamado de "moleque" por um dos ministros e este contar com o apoio dos demais, segundo informou a jornalista Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo.
No Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o clima segue o mesmo. Magistrados da corte eleitoral defendem uma resposta contundente à ameaça golpista, com medidas concretas que resultem em punição pelos sucessivos ataques ao presidente do tribunal, Luís Roberto Barroso, e ao sistema de votação brasileiro. Ministros avaliam que as respostas institucionais não têm sido o suficiente para barrar os ataques do presidente contra a democracia e a realização das eleições, e que seria necessário punir Bolsonaro, "inclusive no âmbito eleitoral", diz a jornalista.
"É preciso atuar agora", afirma um dos ministros, para que o país possa realizar as eleições de 2022 dentro da normalidade.
O TSE passou a divulgar, em tempo real, informações para esclarecer as declarações falsas e enganosas feitas por Bolsonaro.
Os ministros entendem que o diálogo com o presidente da República - prática defendida pelo presidente da Corte, Luiz Fux - são inúteis e que as ações de Bolsonaro são no sentido de tumultuar a eleição diante das pesquisas que o apontam em larga desvantagem em relação ao ex-presidente Lula e com queda também em relação a outros adversários.
Segundo informa o Estadão, Fux deve usar o discurso de retomada dos trabalhos do Judiciário, na segunda-feira (2), para "dar uma resposta" às ameaças anti-democráticas de Bolsonaro.