Bolsonaro chamado de 'charlatão' por prescrição de remédio

Em evento realizado na segunda-feira (19) no Palácio do Planalto com participação do presidente Jair Bolsonaro, o Ministério da Ciência e Tecnologia usou um gráfico disponível em um banco de imagens na Internet para "comprovar" uma suposta eficácia do uso de um vermífugo contra a Covid-19.
Na apresentação do governo, foi dito que a substância havia reduzido a quantidade do novo coronavírus no corpo de pacientes infectados pela Covid-19, mas a imagem divulgada não continha dados que comprovassem a afirmação e era, na verdade, a mesma disponível em um serviço de banco de imagens.
Não existe também nenhuma pesquisa publicada em revista científica sobre o medicamento relacionada ao tratamento da doença.
O gráfico em questão está disponível por R$ 442,20 em um site de venda de imagens, o ShutterStock.
O caso logo ganhou grande repercussão nas redes sociais, tendo sido criada a hashtag #BolsonaroCharlatao, que se tornou rapidamente o assunto mais comentado desta terça-feira (20) no Twitter.
O Palácio do Planalto ainda não divulgou dados que ratifiquem a relação do vermífugo com o combate ao novo coronavírus.
Um perfil falso do presidente Bolsonaro, porém, se apressou em apresentar o "estudo do remédio".
O movimento Vem Pra Rua, ex-aliado do presidente, ilustrou a publicação com dois gráficos, o que foi utilizado pelo governo e o do ShutterStock, para mostrar que se tratam da mesma coisa.
O deputado federal Túlio Gadêlha (PDT-PE) foi direto ao ponto: "Governo baseado em mentiras."
'Grande timoneiro'
Lembrando a ineficácia da cloroquina para o tratamento da doença.
Sem aposta?
Para a deputada federal Erika Kokay (PT-DF), "Bolsonaro joga com a vida do povo brasileiro".
O Brasil ocupa o terceiro lugar no mapa mundial da Covid-19 em número de casos confirmados, atrás apenas da Índia e dos Estados Unidos. E é segundo em número de mortes, seguido pelo país de Donald Trump. Nesta terça-feira (20), o Brasil registra 5.251.127 de casos e 154.226 mortes, segundo consórcio entre veículos de imprensa e secretarias estaduais de Saúde.
Com Sputnik