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Bolsonaro chora, abandona 'patriotas' e voa para Orlando


(Foto: Alan Santos/PR)

Gaguejando e chorando, o ainda presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou às redes sociais na manhã desta sexta-feira (30), antes de embarcar para Orlando, nos Estados Unidos, para apresentar sua última "prestação de contas" no governo e falar do atual momento político no país. Seu último ato de governo, antes de deixar o país a dois dias de passar a faixa presidencial para Lula, frustrou bolsonaristas radicais que ainda sonhavam com um golpe militar.


A reação nas redes sociais foi imediata, com muitos bolsonaristas questionando a fala do presidente: "Deixou seu povo padecer na chuva e calor enfrente aos quartéis dois meses. Pq (SIC) não tirou as esperanças deles logo depois das eleições?", disse uma seguidora. "​Porquê (SIC) não mandou o povo embora se já sabia que não ia fazer nada ? Não foi justo com os pais e mães que perderam seus trabalhos", disse outra.


Na live, Bolsonaro repetiu o discurso de perseguido, defendeu os atos golpistas - mas deixou claro que não haverá golpe - e não deixou de atacar o próximo governo, dizendo que o Brasil terá um futuro muito difícil com sua saída, mesmo que ele não tenha sido ideal.


"O novo governo quer que os impostos voltem a ser cobrados", destacou Bolsonaro, com sua fala habitual sem mostrar fatos que sustentem a afirmação, dizendo ainda que a pretensão pela alta dos preços não é culpa de seu governo, mas sim, do novo governo que está chegando. Os impostos federais sob combustíveis, por exemplo, foram zerados até o fim deste ano, pelo governo e pelo Congresso, somente após a escalada dos preços até junho de 2022.


Como "pontos fortes" de seu governo, Bolsonaro citou a nova carteira de habilitação, o Auxílio Brasil - que era chamado de Bolsa Família (e voltará a ser chamado assim no próximo governo) -, a inauguração da transposição do rio São Francisco - que estava 90% feita em 2018 -, a criação de novos empregos - a maior geração de postos de trabalho ocorre nas modalidades por conta própria e assalariado sem carteira (privado e público), segundo o Dieese, uma tendência observada desde a reforma trabalhista (novembro de 2017), mas que se acelerou a partir de 2021. Bolsonaro citou ainda como sendo feitos de seu governo a Internet nas escolas, o combate à corrupção e a facilitação do porte de arma, segundo ele, "para buscar a paz no campo" - hoje o maior grupo armado no País são os CACs (colecionadores de armas, atiradores e caçadores), identificado com Bolsonaro. Esse grupo saltou de 117.467, em 2018, para 673.818 este ano, superando todos os 406 mil PMs da ativa em todo o País e o efetivo de cerca de 360 mil homens das Forças Armadas.


"Se cheguei [à Presidência], teve um propósito. Se você está chateado, está constrangido, se coloque no meu lugar", disse o presidente.


"Quanta vezes eu pergunto onde errei, o que podia ter feito de melhor. Eu tenho convicção: dei o melhor de mim. Muito sacrifício de quem estava do meu lado, em especial a minha esposa, minha filha e enteada. E vocês também sofreram. Sofrem agora", afirmou Bolsonaro.


Atentado terrorista

No discurso, Bolsonaro condenou a ameaça de "bomba", mas em seguida criticou a imprensa por identificar o homem preso como "bolsonarista".


"Nada justifica, aqui em Brasília, essa tentativa de ato terrorista ali na região do aeroporto. Nada justifica. O elemento que foi pego, graças a Deus, com ideias que não coadunam com um cidadão. Massifica, em cima do cara, como 'bolsonarista' o tempo todo", disse o presidente que está saindo.


Na véspera do Natal, ao ser preso, o empresário George Washington de Oliveira Sousa, 54 anos, que tentou explodir um caminhão-tanque de combustível próximo ao Aeroporto de Brasília para gerar o caos político, confessou em depoimento à Polícia que adquiriu um arsenal de armas incentivado pelas palavras do presidente. “O que me motivou a adquirir as armas foram as palavras do presidente Bolsonaro, que sempre enfatizava a importância do armamento civil dizendo o seguinte: 'Um povo armado jamais será escravizado'’, disse o empresário.


'Patriotismo'

Bolsonaro ainda destacou como realizações do seu governo o resgate do patriotismo, o respeito à família, liberdade de escolha, respeito às crianças e idosos. O presidente também citou a abertura de um novo colégio militar, para sustentar que houve aumento de disciplina nas escolas e qualidade de ensino dos adolescentes.


Acampamentos em frente a quartéis

Longe de condenar atos democráticos, Bolsonaro falou dos acampamentos de apoiadores em frente a quartéis-generais do Exército fazendo pedidos inconstitucionais, como intervenção militar e reversão do resultado das eleições.


Bolsonaro defendeu que as manifestações são espontâneas e não são lideradas por ninguém. Ele afirmou que não tem participação nos atos.


"Essa massa, atrás de segurança, foi para os quartéis. Não participei desse movimento, me recolhi. Acreditava, e acredito ainda, que não falar sobre o assunto para não tumultuar mais ainda. O que houve pelo Brasil foi uma manifestação do povo, não tinha liderança, ninguém coordenando. E o protesto, pacífico, ordeiro, seguindo a lei, tem que ser respeitado, contra ou a favor de quem quer que seja", disse Bolsonaro passando mão na cabeça.


Viagem aos EUA e desprezo ao rito democrático

Desprezando o rito democrático de passar a faixa para o presidente eleito e diplomado Lula (PT), Bolsonaro decolou para os Estados Unidos algumas horas depois em um avião da FAB. Em nenhum momento durante a live, o mandatário mencionou a viagem.


No entanto, também nesta sexta-feira, o governo publicou uma autorização para que quatro dos oito assessores nomeados para atenderem Bolsonaro após ele deixar o governo, o acompanhem na ida para Orlando, na Flórida, de 1 a 30 de janeiro.


A posse de Lula ocorrerá no próximo domingo (1). É praxe que o presidente que deixa o poder passe para o sucessor a faixa presidencial. Bolsonaro, porém, já vinha falando a interlocutores desde que perdeu as eleições que não pretendia cumprir o rito democrático.

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