Bolsonaro confirma Mendonça na Justiça e amigo do Carlos na PF
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O governo do presidente Jair Bolsonaro confirmou no início da madrugada desta terça-feira (28) os novos ocupantes do Ministério da Justiça e da diretoria-geral da Polícia Federal (PF). Os nomes de ambos foram publicados no Diário Oficial da União (DOU). Ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), o advogado André Luiz Mendonça foi anunciado novo ministro da Justiça, substituindo o ex-juiz federal Sergio Moro, exonerado na última sexta-feira (24). Ainda nesta manhã, o PDT ingressou na Justiça para tentar impedir a posse de Alexandre Ramagem - amigo de Carlos Bolsonaro, alvo de investigações em curso - na chefia da Polícia Federal. Evangélico, Mendonça é pastor na Igreja Presbiteriana Esperança, em Brasília. Ele assumiu o comando da AGU no começo do governo Bolsonaro, tendo anteriormente ocupado a corregedoria do órgão, entre 2016 e 2018. Assim como o novo ministro da Justiça, quem também é próximo da família do presidente é o novo diretor-geral da PF, Alexandre Ramagem. Ele ocupava o cargo de diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e foi chefe da segurança de Bolsonaro no pleito eleitoral. O posto que Ramagem vai assumir foi o estopim para a crise entre Bolsonaro e Moro. O presidente decidiu pela demissão do então diretor-geral Maurício Valeixo sem consultar o então ministro da Justiça. Ambos não chegaram a um consenso, sobretudo porque o presidente tinha nomes de sua preferência – dentre eles o de Ramagem – que Moro considerava mais políticos do que técnicos. A confirmação da exoneração de Valeixo fez com que, horas após a publicação tenha sido feita no DOU, Moro optasse pela sua saída, após uma concorrida entrevista coletiva cheia de revelações e acusações. Críticos de Ramagem se mostram contrários à sua indicação pela sua proximidade com o vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente e que poderia estar sendo investigado pela PF.
Ação tenta barrar Ramagem
O PDT entrou com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir a posse de Alexandre Ramagem como diretor-geral da Polícia Federal. O partido alega, entre outros pontos, ligação do delegado com integrantes da família do presidente Jair Bolsonaro.
Ramagem foi diretor-geral da Abin e é amigo pessoal de Carlos Bolsonaro, filho do presidente investigado por esquemas criminosos envolvendo a propagação de notícias falsas. Ele assume o cargo depois de Jair Bolsonaro ter exonerado Mauricio Valeixo do comando da PF
Para o partido, a indicação de Ramagem representa abuso de poder por parte de Bolsonaro com o objetivo de controlar a atuação da Polícia Federal. “Que é contrária ao interesse público, finalidade diversa da competência para prover o cargo de diretor-geral”, mostra trecho do mandado.
No mandado, o PDT cita declarações do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro de que Bolsonaro teria tentado interferir na Polícia Federal. E relaciona pedido de instauração de inquérito feito pela PGR ao Supremo para investigar as citações feitas por Moro na última coletiva à frente do ministério.
Com Sputnik Brasil