Bolsonaro diz que Brasil se comportou 'muito bem' na pandemia
Um ano e sete meses após o início da pandemia da covid-19 no Brasil, com 611,3 mil óbitos - segundo país no mundo com mais vidas perdidas - e reiterado negacionismo da ciência, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira (16) no Bahrein, no Oriente Médio, que o Brasil se comportou "muito bem" no combate à pandemia.
A afirmação de Bolsonaro foi feita durante encontro organizado pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira naquele país.
"O Brasil foi um dos cinco países que melhor se comportou na economia por ocasião da pandemia. E também se comportou muito bem no tratamento do combate ao vírus", disse Bolsonaro.
Desde o início da pandemia, Bolsonaro contraria a ciência e as autoridades sanitárias. Primeiro, dizendo que era "uma gripezinha ou um resfriadinho", depois, promovendo aglomerações, defendendo remédios sem nenhuma eficácia contra a doença, criticando o uso de máscara e negando a eficácia das vacinas afirmando que não vai se vacinar.
Pelo conjunto da obra, a CPI da Covid pediu à Procuradoria Geral da República o indiciamento de Bolsonaro por nove crimes na pandemia, além de tê-lo denunciado no Tribunal Penal Internacional, em Haia, na Holanda.
Na semana passada, o governo publicou uma portaria proibindo empresas de demitir funcionários que não se vacinarem. A medida está suspensa por determinação do ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal. A proibição continua válida apenas para casos em que há contraindicação médica quanto à vacinação. Barroso analisou ações apresentadas pelo PT, PSB, Rede Sustentabilidade e Novo.
"Não há comparação possível entre a exigência de vacinação contra a covid-19 e a discriminação por sexo, origem, raça, cor, estado civil, situação familiar, deficiência, reabilitação profissional, idade ou gravidez. Esses últimos fatores não interferem sobre o direito à saúde ou à vida dos demais empregados da companhia ou de terceiros. A falta de vacinação interfere", escreveu o ministro.
Bolsonaro está em viagem no Oriente Médio para fortalecer as relações do Brasil com países da região. Ao contrário do que faz no Brasil, ele chegou usando máscara.
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